ÁSIA/MIANMAR - Três anos de guerra e abusos de minorias étnicas: apelo de paz da sociedade civil

Terça, 10 Junho 2014

Yangun (Agência Fides) - O fim da guerra contra as minorias kachin, o acabar com a violência e abusos dos direitos humanos, o início de uma mesa de negociação séria: é o que pede um fórum de mais de 55 organizações da Birmânia e internacionais, incluindo “Christian Solidarity International”, após três anos da retomada da ofensiva militar lançada pelo governo birmanês contra as minorias étnicas kachin, no norte do país.
Em junho, há três anos, o exército birmanês violou o cessar-fogo de 17 anos com o “Kachin Independence Army” (KIA) e desencadeou uma ampla ofensiva militar contra o povo kachin. De 9 de junho de 2011, mais de 120 mil kachin foram obrigados a fugir de suas casas e pelo menos 200 aldeias foram destruídas, com o desdobramento de uma emergência humanitária.
Nos últimos meses se realizaram várias reuniões de negociações de paz. No entanto, o exército birmanês continuou a ofensiva. Os militares, notam as associações num documento enviado à Fides, "cometeram violações dos direitos humanos na absoluta impunidade. Dentre os abusos mais terríveis, há acusações críveis de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, que merecem uma investigação imediata: ataques deliberados contra civis pelas forças militares, estupros e outras formas de violência sexual, execuções sumárias, detenções arbitrárias, torturas e restrições de fornecimento de assistência humanitária".
No terceiro aniversário da ofensiva, as organizações signatárias pedem ao governo da Birmânia para cessar imediatamente seus ataques no estado de Kachin, e respeitar plenamente as leis internacionais sobre os direitos humanos e humanitários. "Pedimos a proteção urgente dos deslocados, e acesso humanitário sem restrições, com o apoio da comunidade internacional". O Governo birmanês é convidado também a “ressarcir totalmente todos os deslocados por causa do conflito, para que possam reconstruir suas casas, empresas, escolas, clínicas e empresas agrícolas”. Enfim, “dada a recusa do Governo da Birmânia a investigar e tomar medidas para acabar com a violência, a comunidade internacional deve estabelecer uma investigação independente sobre os abusos dos direitos humanos contra o kachin". As associações pedem a todos os protagonistas para fazerem todos os esforços necessários para garantir às minorias étnicas "viverem na verdadeira liberdade e paz duradoura". (PA) (Agência Fides 10/6/2014)


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