ÁSIA/SRI LANKA - Direitos humanos e violências: os refugiados na Índia preferem não retornar ao país

Quarta, 5 Setembro 2012

Tamil Nadu (Agência Fides) – Três anos após o fim da guerra civil que abalou Sri Lanka de 1983 a 2009, a maior parte dos refugiados que estão na Índia não quer retornar ao país devido a dificuldades econômicas e com o temor de sofrer violações dos direitos humanos. Segundo estimativas do governo indiano, no estado meridional de Tamil Nadu existem mais de 100 mil cingaleses da etnia Tamil, incluindo 68 mil em 112 campos administrados pelo governo e 32 mil fora dos acampamentos. Outras fontes informam sobre continuas presumíveis violações de direitos humanos no norte e relatam a incapacidade do governo em enfrentar o problema dos milhares de pessoas que ainda estão desaparecidas depois do período sucessivo ao conflito armado, que deixou dezenas de milhares de mortos.
O Working Group on Enforced or Involuntary Disappearances do Escritório das Nações Unidas para a Alto Comissariado para os Direitos Humanos registrou no país mais de 5 mil desaparecimentos relacionados à guerra, sem considerar os desaparecidos no último período bélico, entre 2008 e 2009. Não obstante as ajudas oferecidas pela ACNUR, pouco mais de 5 mil cingaleses retornaram ao país. Para alguns deles, manter o status de refugiado parece ser mais vantajoso. Algumas áreas setentrionais tâmeis, como Jaffna e Trincomalee, estão mais estáveis, enquanto outras, devastadas pela guerra, estão sem infra-estruturas de base. Estima-se que mais da metade dos refugiados nos campos indianos seja nativa na Índia e conheça pouco Sri Lanka. A maior onda de refugiados ocorreu entre 1983 e 1987. Segundo agentes humanitários, as condições de vida nos campos variam desde precárias a adequadas. Alguns vivem em cabanas de palha, outros em pequenas casas feitas tijolos de cimento; além disso, nos campos mais distantes existem problemas hídricos e higiênico-sanitários. (AP) (5/9/2012 Agência Fides)


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