ÁFRICA - A criminalidade no centro do debate político na África do Sul e no Quênia

Quarta, 14 Fevereiro 2007

Roma (Agência Fides)- O alto índice de homicídios e assaltos à mão armada se tornou uma prioridade nacional na África do Sul e no Quênia.
O Presidente sul-africano, Thabo Mbeki, prometeu tomar medidas severas para enfrentar a emergência criminal, em um país que tem o primado de estar entre os mais violentos do mundo. O Presidente tenta, assim, replicar aos 30 mil e-mail enviados ao seu escritório, a pedido dos sindicatos, para impulsioná-lo a enfrentar o problema. “A África do Sul vive no medo”, admitiu Mbeki.
Em 2006, na África do Sul o índice de homicídios alcançou a cifra de 50 por dia, enquanto os assaltos e os furtos diários foram meio milhão. Apesar do reforço policial, a situação não melhorou e a população se sente abandonada a si mesma diante da onda criminal. Quem pode se transfere para o exterior, outros preferem se refugiar em espaços protegidos, como os condomínios, mas a maior parte dos habitantes do país não tem meios econômicos para recorrer a semelhantes proteções e permanece à mercê da delinqüência. Para o Presidente Mbeki, uma das causas da criminalidade é a pobreza em que vivem amplos estratos sociais.
Também no Quênia, que não registra um índice de homicídios comparável ao da África do Sul, a opinião pública está sempre mais alarmada com o crescente nível de criminalidade. Em diversas ocasiões, os Bispos quenianos convidaram a enfrentar o problema (veja Fides 26 de janeiro 2005, 23 de julho de 2005 e 17 de novembro de 2006).
O fenômeno criminal mais preocupante é o furto violento dos carros pelas ruas do país, e em particular na capital, Nairóbi. Os criminais param os automóveis e obrigam os ocupantes a abandonar o veículo sob a ameaça das armas, que não são mais pistolas, mas Kalashnikov. Quem se rebela é morto sem piedade. Desde o início do ano, cerca de 50 pessoas foram mortas somente em Nairóbi. As autoridades locais atribuem a maior parte das responsabilidade à maciça difusão de armas ilegais provenientes da Somália, mas é claro que também existem outras causas para a violência. (L.M.) (Agência Fides 14/2/2007)


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