Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Lisboa (Agência Fides) - Os Bispos portugueses convocaram uma Assembléia extraordinária para sexta-feira, 16 de fevereiro, na qual analisarão os resultados do referendo sobre o aborto de domingo, 11 de fevereiro. No referendo, venceu o ‘sim’ ao aborto, mas este não será vinculador porque não foi alcançado o quorum necessário dos eleitores. Somente 43,6% dos eleitores se apresentaram às urnas. 59,25% deles votaram sim ao aborto, enquanto 40,75% escolheram o ‘não’. Apesar da enorme abstenção, o Primeiro-ministro, José Sócrates, cujo governo tem a maioria absoluta no Parlamento, afirmou que "o aborto deixará de ser um crime nas primeiras dez semanas de gestação graças ao triunfo do ‘sim’ no referendo”.
Dom Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, em algumas declarações à imprensa disse que considera necessária uma análise profunda dos resultados do referendo. "O resultado não é decisivo e a Igreja considera que a questão da vida, por sua natureza, não deveria ser tratada por meio de um referendo, porque o mal não pode se transformar em bem através do voto de uma maioria. A Igreja continuará a ser instrumento de denúncia profética e de solidariedade ativa."
O Bispo de Viana do Castelo, Dom José Pedreira, sugeriu que seja revisto o código penal que atualmente regula este tipo de tema. O resultado final “não é vinculador” e por isso o caminho a seguir deveria ser a revisão da lei que atualmente o regula, afirmou. Também o Bispo emérito de Leira-Fátima, Dom Serafim Ferreira da Silva, afirmou que o resultado do referendo sobre a legalização do aborto não "significa o fim da luta a favor da vida humana". (RG) (Agência Fides 14/2/2007)
