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Luanda (Agência Fides)- “Somos gratos ao Santo Padre por sua mensagem de solidariedade e de esperança”, dizem à Agência Fides fontes da Igreja em Angola, para onde foi enviado o telegrama do Papa Bento XVI pelas vítimas das inundações que atingiram algumas regiões da capital, Luanda.
“A Mensagem teve uma forte repercussão, porque o Núncio em Luanda, Dom Angelo Becciu, leu o telegrama do Papa ao vivo na televisão durante a Santa Missa dominical transmitida por uma paróquia de Luanda. Dom Becciu tinha sido convidado a presidir a celebração por ocasião da emissão dos votos por parte de cinco religiosas”, recordam as nossas fontes. “As palavras do Papa tiveram uma ampla repercussão e foram bem acolhidas pela população e pelo governo.”
Na Mensagem, enviada através do Secretário de Estado, o Cardeal Tarcisio Bertone, ao Núncio apostólico, Papa Bento XVI afirma que “acompanha consternado o drama das populações angolanas atingidas pelas chuvas torrenciais que provocaram lutos, devastações e graves danos”. O Santo Padre deseja certificar essas populações de “sua proximidade” e recomenda “as vítimas à misericórdia de Deus, pedindo o conforto e o sustento para as suas famílias e para aqueles que perderam seus bens”. O Papa conclui implorando bênçãos divinas “sobre todos aqueles que foram provados por este drama, sem esquecer das pessoas que participam das ingentes operações de socorro e reconstrução”.
Segunda-feira, 22 de Janeiro, as fortes chuvas interessaram diversos bairros periféricos de Luanda, provocando ao menos uma centena de mortos, numerosos desaparecidos e destruindo ao menos 1.800 habitações. “É difícil fornecer estatísticas, mas se pode afirmar com um razoável grau de prudência que pelo menos 10 mil pessoas ficaram sem casa”, dizem as fontes da Fides. “A maior parte das famílias atingidas morava em casas precárias, sem serviços e sem registro municipal. A causa desta tragédia deve ser dividida entre a natureza e o abuso do homem, que constrói sem regras. Mas é também, certamente, uma tragédia da pobreza”.
“Os socorros foram rápidos: o governo enviou equipes de resgate dotadas até mesmo de helicópteros”, continuam as nossas fontes. “Agora que as chuvas cessaram, se pensa na reconstrução. As autoridades ofereceram 10 milhões de dólares para reconstruir as habitações em locais mais aptos e menos arriscados”.
A Igreja mobilizou-se imediatamente, seja através das paróquias, seja através da Caritas Angola, para socorrer a população atingida pela aluvião. Em 25 de janeiro, por ocasião da festa da cidade, o Arcebispo de Luanda, Dom Damiao Antònio Franklin, presidiu uma Missa no estádio, da qual participaram mais de 10 mil pessoas. Dom Franklin convidou todos à oração e à solidariedade concreta para com as vítimas da aluvião. (L.M.) (Agência Fides 30/1/2007)
