VATICANO - “Nossas aspirações ecumênicas devem ser coadjuvadas pela oração, pelo perdão recíproco e pela santidade da vida de cada um de nós” - exorta o Papa Bento XVI

Sexta, 26 Maio 2006

Varsóvia (Agência Fides) - Na tarde de quinta-feira, 21 de maio, o Santo Padre Bento XVI encontrou-se com o Presidente da República da Polônia, e, em seguida, foi à Igreja Luterana da Santíssima Trindade, onde teve lugar o Encontro Ecumênico com os representantes das 7 Igrejas reunidas no Conselho Ecumênico Polonês, e com representantes de outras religiões. Na Liturgia da Palavra, o Papa Bento XVI proferiu um discurso em que reafirmou, inicialmente, sua firme intenção, feita no início do pontificado: “considerar uma prioridade de meu ministério a restituição da plena e visível unidade entre os cristãos”.
Papa Bento XVI recordou a visita de João Paulo II à mesma igreja, no ano de 1991, e o que afirmou, na ocasião: “Por mais que nos empenharmos na unidade, ela permanece sempre um dom do Espírito Santo” - exortando todos a fim de que as aspirações ecumênicas sejam coadjuvadas pela “oração, o perdão recíproco e pela santidade da vida de cada um de nós”. O caminho para o encontro último e definitivo com Cristo, “com a nossa vida, anunciamos a sua morte, proclamamos a sua ressurreição, na espera de sua chegada. Sentimos o peso da responsabilidade que isto comporta; a mensagem de Cristo, de fato, deve chegar a todo homem na terra, graças ao empenho daqueles que acreditam n’Ele, e que são chamados a testemunhar que Ele é realmente enviado pelo Pai. Anunciando o Evangelho, é preciso que nos movamos pela aspiração em cultivar relações recíprocas de sincera caridade, de modo que, à sua luz, todos conheçam o Pai, enviou seu Filho e ama a Igreja e todos nós, assim como amou Ele. Tarefa dos discípulos de Cristo, tarefa de cada um de nós, é, portanto, caminhar para tal unidade, a fim de tornar-se, enquanto cristãos, sinal visível de sua mensagem salvífica, dirigida a todo ser humano”.
Neste últimos anos, muitos passos foram dados para a recíproca compreensão e a aproximação, e, a este ponto, Papa Bento XVI citou os maiores eventos ecumênicos. Todavia, duas questões permanecem abertas. “A primeira se refere ao serviço caritativo das Igrejas. Muitos fiéis aguardam de nós o dom do amor, da confiança, do testemunho, de uma ajuda espiritual e material concreta... que a prática da caritas fraterna nos aproxime sempre mais e torne mais crível o nosso testemunho em favor de Cristo, diante do mundo”. A segunda questão refere-se à vida conjugal e familiar. “No mundo de hoje... tende-se sempre mais a fundar famílias jovens de diversas tradições, de diversas religiões, de diversas confissões cristãs. Muitas vezes, para os próprios jovens e para suas famílias, esta é uma decisão difícil, que comporta vários perigos a respeito da perseverança na fé e na construção futura da ordem familiar, assim como na criação de um clima de unidade da família e de condições oportunas para o crescimento espiritual dos filhos... Por isso, são necessárias a benevolência mútua, a compreensão, e a maturidade na fé de ambas as partes, assim como das comunidades das quais provêm”. O Papa conclui seu discurso exortando à oração, para que a comunidade dos discípulos de Cristo sobre a terra “torne-se sempre mais uma comunidade de amor, na qual se reflita a unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (S.L.) (Agência Fides 26/5/2006)


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