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Colombo (Agência Fides) - Continuam os apelos à mediação e ao diálogo para evitar que Sri Lanka retorne ao conflito civil. A Caritas Internationalis, ativa na ilha com projetos de solidariedade e desenvolvimento, incrementados após a tragédia do tsunami, divulgou uma mensagem em que se define a eventual guerra como “um segundo tsunami”. Por isso, a organização - que reúne 162 organismos de caridade, presentes em 200 países e territórios - apela a comunidade internacional a realizar um esforço urgente de mediação, para remediar o conflito entre governo e rebeldes tâmeis.
A situação no país piorou desde o atentado de uma mulher kamikaze, ocorrido recentemente no quartel geral do exército em Colombo (gesto condenado pelos Tâmeis), e depois da ofensiva militar lançada pelas tropas regulares nas áreas do Norte e do Leste de Sri Lanka, controladas pelos guerrilheiros Tâmeis.
No dia 10 de abril passado, dois agentes da Caritas também foram vítimas de um atentado, na área setentrional da ilha, que matou sete pessoas. Duncan MacLaren, Secretário geral da Caritas Internationalis, disse: “Já sepultamos dois agentes da Caritas, e são somente dois entre os inúmeros mortos causados pela crescente violência. Ambas as partes devem perceber que a violência produz somente mais violência, e que o único caminho possível é uma solução política, alcançável apenas através de negociações. Por isso, encorajamos a comunidade internacional a mediar entre as partes e convencê-las a retornar à mesa de tratativas, sem pré-condições”.
Segundo MacLaren, um novo conflito pode causar efeitos danosos em nível social: poderia anular os esforços do passado e do presente de ajudar famílias e comunidades atingidas pelo tsunami de 26 de dezembro de 2004: “Já no distrito de Trincomalee, os jovens que freqüentam as escolas estão diminuindo, e estima-se que mais de 2 mil pessoas estejam desabrigadas. A Caritas está providenciando sua assistência. Por razões de segurança, o acesso às áreas atingidas pelo tsunami está se tornando mais difícil, e a assistência humanitária pode, em breve, tornar-se impossível”.
“A retomada das hostilidades seria realmente um segundo tsunami para a ilha - nota MacLaren - e teria efeitos como a miséria e o empobrecimento da população. E, exatamente com o tsunami, a guerra não faz distinção entre senegaleses, tâmeis, cristãos, budistas, muçulmanos ou hindus”.
Para alimentar as esperanças de diálogo e de paz, de 26 a 28 de junho, a Caritas Internationalis promoverá na capital, Colombo, um grande encontro internacional, o “Caritas Peace Forum”, com o objetivo de refletir e propor ações de peace-building e reconciliação.
Até hoje, a guerra civil em Sri lança provocou a morte de 64 mil pessoas e mais de um milhão de desabrigados. (PA) (Agência Fides 27/4/2006)
