ÁFRICA/ZÂMBIA - Retomado o programa de repatriação dos refugiados angolanos na Zâmbia

Quarta, 15 Março 2006

Lusaka (Agência Fides)- Funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e do governo zambiano estão visitando os campos para informar os refugiados angolanos sobre a iminente retomada do programa de repatriação voluntária facilitado e que o programa prosseguirá até dezembro de 2006. O fim da repatriação estava previsto para dezembro de 2005, enquanto para este ano a assistência deveria ser fornecida somente dentro da Angola aos refugiados que decidiram repatriar autonomamente. Todavia, no início de março, a Comissão que supervisiona a repatriação - composta pelos governos de Angola e Zâmbia e pelo ACNUR - aceitou o pedido feito pela Zâmbia de estender por mais um ano o programa destinado aos refugiados angolanos na Zâmbia que desejam voltar para casa. A operação deveria ser completada no final de março.
A retomada da repatriação voluntária organizada se aplica somente aos refugiados angolanos que vivem nos campos na Zâmbia. No país, um número semelhante de angolanos vive fora dos campos e se integrou com a população local. O ACNUR lhes fornecerá um formulário para a repatriação voluntária com o qual, se e quando decidirem repatriar, poderão receber assistência em Angola. O programa de repatriação organizado pelo ACNUR a favor dos refugiados angolanos na República Democrática do Congo (RDC) - outro principal país de asilo para os angolanos - se concluiu em dezembro de 2005. Os refugiados angolanos que voltaram autonomamente da RDC receberam o mesmo tipo de assistência dos repatriados “espontâneos” da Zâmbia.
Durante os 27 anos de guerra civil em Angola, cerca de 500 mil pessoas fugiram do país e outros milhões se deslocaram internamente. Quando em 2002 foi assinado um acordo de paz, os refugiados angolanos fora das fronteiras do país eram cerca de 457 mil. Desde então, se estima que mais de 360 mil pessoas repatriaram, das quais 123 mil com o transporte do ACNUR, 89 mil autonomamente, mas com a assistência do ACNUR no momento de chegada e outras 149 mil sem algum gênero de assistência por parte da ONU. No total, o ACNUR assistiu mais de 63 mil angolanos que retornaram da Zâmbia. (L.M.) (Agência Fides 15/3/2006)


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