ÁFRICA/RD CONGO - A Igreja católica na República Democrática do Congo - Ficha

Segunda, 30 Janeiro 2006

Roma (Agência Fides)- A historia da evangelização da atual República Democrática do Congo remonta ao final do século XV quando, em maio de 1491, missionários portugueses batizaram o soberano do reino do Kongo, Nzinga Nkuwu, que assumiu o nome cristão de Joao I Nzinga Nkuwu. A corte e os habitantes do reino se converteram, por sua vez, à religião do soberano. Também a capital do Kongo mudou de nome, passando de Baji a S. Salvador.
Em 1512, o reino do Kongo (antigo nome do país que, sucessivamente, se tornou Congo) iniciou relações diretas com o Papa Leão X, tendo enviado a Roma uma delegação guiada por Enrico, filho do Rei Alfonso. Este, em 1518, é consagrado pelo Papa Leão X Bispo titular de Utica, tornando-se o primeiro Bispo originário da África negra.
No decorrer do século XVI, a obra missionária prosseguiu no Reino do Kongo com a chegada, em 1548, de 4 Jesuítas para abrir um colégio. O crescimento dos católicos levou a Santa Sé a erigir a diocese de S. Salvador em 1585, seguida no final do século por aquela de Manza-Kongo.
Com a criação da Sagrada Congregação para a Propagação da Fé (“de Propaganda Fide”), em 1622, é dado um novo impulso à missão no Reino do Kongo e na vizinha Angola, com o envio em 1645 de uma missão de Capuchinhos.
Em 1774, tem início a missão dos sacerdotes seculares franceses. Um obstáculo à ação missionária se verifica em 1834, quando Portugal, a quem foi confiada a evangelização do Reino do Kongo, suprime as Ordens religiosas masculinas nas posses além-mar e na metrópole. A ação missionária foi retomada em 1865, quando os Pais do Espírito Santo (Espiritanos) franceses iniciam a missão no Reino do Kongo. Com o início da penetração belga, chegam ao Congo outras ordens missionárias: Missionários da África (Padres Brancos) em 1880; Missionários de Scheut em 1888; Irmãs da Caridade em 1891; e os Jesuítas, que voltam uma segunda vez em 1892.
O trabalho missionário traz consigo os seus frutos: em 1917 é ordenado o primeiro sacerdote congolês. Em 1932, realiza-se a primeira Conferência do Episcopado do Congo Belga. À Igreja católica deve-se também o mérito da fundação da primeira Universidade do país, a Universidade Lovanium, aberta pelos jesuítas em 1954 em Léopoldiville, atual Kinshasa. Ao atenue segue, em 1957, a primeira faculdade teológica da África,.
No anos 50, se consolida a afirmação do clero local. Em 1956, é consagrado o primeiro Bispo congolês, Dom Pierre Kimbondo. Em 1959, Dom Joseph Malula se torna Arcebispo de Léopoldiville, e 10 anos depois é criado Cardeal.
Nos anos 70, a Igreja atravessa um período difícil por causa da política nacionalista do Presidente Mobutu, que em nome do retorno “à autenticidade” da cultura local contrasta a Igreja católica, considerada como uma emanação da cultura européia. A Igreja reafirma a própria missão e a inculturação na sociedade local, através do documento “L’Eglise au service de la nation zaïroise” de 1972 e, em 1975, do documento “Notre foi en Jésus Christ”. Depois de tornar estatais as escolas católicas, em 1975 a Conferência Episcopal congolesa publica a “Déclaration de l’Episcopat zaïrois face à la situation présente” (Mobutu mudou o nome do país para Zaire).
As duas visitas do Papa João Paulo II, em 1980 e em 1985, deram novo vigor à comunidade católica local. A segunda visita do Papa ocorreu por ocasião da beatificação da Ir. Clementina Anuarite Nengapeta, martirizada em 1964.
Em 1992-94, um importante reconhecimento do papel social da Igreja católica foi confiar a presidência da Conferência nacional soberana para a transição rumo a um sistema democrático a Dom Laurent Monsengwo Pasinya, Arcebispo de Kisangani e atual Presidente da Conferência Episcopal do Congo.
A Igreja católica no Congo conta 47 entre dioceses e arquidioceses, com 63 Bispos e Arcebispos; 2.979 sacerdotes diocesanos e 1.635 religiosos sacerdotes; 1.113 religiosos não sacerdotes e 7.883 religiosas. Os catequistas são 63.447. (L.M.) (Agência Fides 30/1/2006)


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