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Cidade do Vaticano (Agência Fides) - “Deus caritas est (1Jo 4,8.16), Deus é amor. Sobre esta rocha sólida se apóia toda a fé da Igreja. Baseia-se, em particular, na paciente busca da plena comunhão entre todos os discípulos de Cristo. Tendo em vista esta verdade, ápice da divina revelação, as divisões, mesmo mantendo sua dolorosa gravidade, são superáveis e não nos desanimam”. Foi o que afirmou o Santo Padre Bento XVI no final da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, quarta-feira, 25 de janeiro. No dia em que a Igreja celebra a festa da Conversão do Apóstolo Paulo e a conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o Santo Padre foi até a Patriarcal Basílica de São Paulo Fora dos Muros, onde presidiu a Celebração das Segundas Vésperas, da qual participaram Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais presentes em Roma.
“Ao tema do amor quis dedicar a minha primeira Encíclica - recordou o Papa durante a homilia -, que foi publicada justamente hoje e esta feliz coincidência com a conclusão da Semana de oração pela unidade dos cristãos nos convida a considerar este nosso encontro tendo em vista todo o caminho ecumênico à luz do amor de Deus, do Amor que é Deus... O amor verdadeiro não anula as legítimas diferenças, mas as harmoniza em uma superior unidade, que não é imposta pelo exterior, mas que, por dentro, dá forma, por assim dizer, ao conjunto. É o mistério da comunhão, que assim como une o homem e a mulher naquela comunidade de amor e de vida que é o matrimônio, assim forma a Igreja como comunidade de amor, compondo em unidade uma multiforme riqueza de dons e de tradições. Ao serviço de tal unidade de amor, insere-se a Igreja de Roma que, segundo a expressão de Santo Inácio de Antioquia, ‘preside à caridade’”.
Comentando as leituras proclamadas, o Santo Padre destacou como o tema do amor una em profundidade as duas breves leituras bíblicas: “Na primeira, a caridade divina é a força que transforma a vida de Saulo de Tarso, que o torna o Apóstolo dos gentios… No trecho evangélico de Mateus, o amor atua como princípio que une os cristãos e faz com que sua oração unânime seja realizada pelo Pai celeste… O acordo na oração, portanto, resulta importante para o seu acolhimento por parte do Pai celeste. O pedir juntos marca um passo rumo à unidade entre aqueles que pedem. Isso não significa certamente que a resposta de Deus seja, de alguma maneira, determinada pela nossa pergunta. Nós bem o sabemos: a desejada realização da unidade depende em primeiro lugar da vontade de Deus, cujo desígnio e generosidade superam a compreensão do homem e seus próprios pedidos e expectativas.”
No final da homilia, o Santo Padre disse provar “uma imensa alegria ao ver uma tão nutrida e oradora assembléia, que implora de modo "sinfônico" o dom da unidade”, e dirigiu uma particular saudação aos irmãos das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, e aos delegados de Igrejas, Conferências Episcopais, Comunidades cristãs e organismos ecumênicos que iniciaram a preparação da Terceira Assembléia Ecumênica Européia, programada para Sìbiu, na Romênia, em setembro de 2007. “Sim, caros irmãos e irmãs, nós temos a tarefa de ser, na Europa e entre todos os Povos, ‘luz do mundo’ - exortou o Papa -. Deus queira que possamos chegar logo à plena comunhão. A recomposição da nossa unidade dará maior eficácia à evangelização. A unidade é a nossa missão comum: é a condição para que a luz de Cristo possa propagar-se, com eficácia, em todos os cantos da terra e para que os homens se convertam e sejam salvos”. No final da homilia, o Papa Bento XVI convidou a “não perder a confiança” olhando para a longa estrada que nos aguarda, “ou melhor, com mais força retomamos o caminho juntos. Cristo nos precede e nos acompanha.” (S.L.) (Agência Fides 26/1/2006)
