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Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Mais de 100 mil crianças da Primeira Comunhão, com seus pais, catequistas e sacerdotes, na tarde de 15 de outubro, acolheram o convite do Santo Padre Bento XVI para participar de um “especial encontro de catequese sobre a Eucaristia”, um “encontro de festa”. Na vigília da conclusão do Ano da Eucaristia, enquanto se realiza a Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o mistério eucarístico, este encontro “será uma circunstância oportuna e bela para reiterar o papel essencial que o sacramento da Eucaristia reveste na formação e no crescimento espiritual dos pequeninos”, disse o Santo Padre ao anunciar a iniciativa no Angelus de 12 de junho.
Tratou-se de um grande “encontro de festa” em torno da Eucaristia, como destacava o título do evento: “A Eucaristia é a nossa festa”. O encontro se dividiu em duas partes: a primeira durou cerca de meia hora, e a segunda uma hora e 15 minutos. Na primeira parte houve a execução de cantos e de trechos musicais, com a intervenção de atores e cantores queridos pelas crianças, que deram seu testemunho sobre o tema da festa, da paz e da fraternidade. Estavam presentes ainda palhaços de Bucareste, que recuperam os meninos de rua romenos, ensinando-lhes a arte circense. Um momento especial foi a execução do canto “Sentinelas da manhã”, que retoma a exortação do Papa João Paulo II aos jovens reunidos em Tor Vergata em agosto de 2000 para o Jubileu, acompanhada de imagens que mostravam os diversos encontros no mundo do Papa Wojtyla com as crianças.
Ao chegar à Praça, o Santo Padre Bento XVI saudou os milhares de crianças presentes. Já no sagrado da Basílica, foi acolhido por coreografias de grupos juvenis e por milhares de lenços brancos agitados pelos presentes, nos quais estava impresso o logo do encontro. Em seguida, teve início a segunda parte do encontro, inteiramente dedicada à oração, à catequese e que terminou com a adoração eucarística.
A saudação ao Papa, em nome de todos, foi feita por Emanuele, dez anos, que falou da experiência que fez recebendo Jesus Eucaristia pela primeira vez e concluiu a sua intervenção com um “gostamos de você”, correndo a abraçar Bento XVI. Depois, houve a leitura da primeira carta de S. Paulo aos Coríntios (11,23-26), em que o Apóstolo recorda o que aconteceu na noite em que o Senhor Jesus instituiu a Eucaristia, do salmo 147, marcado pelo “Laudate omnes gentes, laudate dominum”, e do trecho evangélico da multiplicação dos pães e dos peixes (Lc 9, 11b-17).
A este ponto, o Santo Padre fez a sua catequese em forma dialógica, respondendo às perguntas de algumas crianças. Recordando a sua Primeira Comunhão, Bento XVI disse: “Aquele dia foi realmente cheio de uma grande alegria, porque Jesus veio até mim e entendi que começava uma nova etapa da minha vida e que era importante permanecer fiel a este encontro, a esta comunhão”. Sobre a necessidade de confessar-se toda vez que se recebe a Comunhão, mesmo se são cometidos os mesmos pecados, o Santo Padre destacou que é necessário confessar-se quando “foi cometido um pecado realmente grave, quando Jesus foi profundamente ofendido, de modo que a amizade foi destruída e deve recomeçar de novo”. Sobre a confissão regular, o Papa evidenciou que “é muito útil confessar-se regularmente para cultivar a limpeza e a beleza da alma e amadurecer aos poucos na vida”.
Uma outra pergunta dizia respeito à presença de Jesus na Eucaristia: “Eu não o vejo”, disse Andrea, e o Santo Padre respondeu: “Justamente as coisas mais profundas, aquelas que trazem realmente a vida e o mundo, nós não as vemos, mas podemos ver e sentir seus efeitos... Assim é para o Senhor Ressuscitado: não o vemos com os nossos olhos, mas vemos que onde está Jesus os homens mudam, se tornam melhores. Há uma maior capacidade de paz, de reconciliação”.
Respondendo ainda às perguntas feitas pelas crianças, o Santo Padre destacou o valor da Missa dominical (“Encontrar-nos com Jesus nos enriquece, é um elemento importante para a nossa vida... Será uma luz para o domingo, para toda a nossa família”); a importância da Comunhão para a vida de todos os dias (“Serve para encontrar o centro da vida… Se Deus se torna ausente na minha vida, se Jesus é ausente, falta um guia, falta uma amizade essencial, falta também uma alegria importante para a vida, a força de crescer como homem, de superar os meus vícios e de amadurecer humanamente”); o significado da expressão “Jesus pão da vida” (“Assim como necessitamos nos nutrir corporalmente para viver, assim acontece com o espírito, com a alma, a vontade necessita nutrir-se … o próprio Jesus é este nutrimento da nossa alma, do homem interior, do qual necessitamos”) e da adoração eucarística (“a adoração é reconhecer que Jesus é o meu Senhor, que Jesus me mostra a via a ser empreendida e eu vivo bem somente se conheço a estrada indicada por Jesus … Adorar é dizer: Jesus, eu sou seu, sigo-o na minha vida, nunca quero perder esta amizade, esta comunhão com você”).
No final da catequese, um grupo de jovens, com lâmpadas e flores, acompanhou a procissão que levou ao altar o Santíssimo Sacramento para a adoração eucarística, durante a qual se alternaram momentos de silêncio, cantos e evocações. Toda palavra era dirigida ao Senhor Eucarístico e a atenção das crianças foi excepcional, apesar do horário e do cansaço do dia. Esta parte do encontro foi, sem dúvida, a mais intensa espiritualmente. Na Praça S. Pedro sentia-se que algo de único estava acontecendo: nunca, de fato, tantas crianças se reuniram para honrar o Santíssimo Sacramento solenemente exposto. De joelhos com o Papa para adorar Jesus no Ano da Eucaristia, com tantos Bispos e Cardeais presentes no Sínodo. Depois de oferecer a bênção eucarística, o Santo Padre se despediu da assembléia agradecendo a todos por esta “festa da fé”; com um rosto visivelmente alegre e com ânimo comovido dirigiu a toda a assembléia e aos organizadores um grande “obrigado” . (S.L.) (Agência Fides 17/10/2005)
