ÁFRICA/ANGOLA - Apelo pelo desenvolvimento pacífico da campana eleitoral para as eleições de 2006

Luanda (Agência Fides) - Um apelo para evitar violências e garantir o andamento pacífico da campana eleitoral: é a conclusão da reunião nacional dos “construtores de paz e para a resolução dos conflitos”, promovida pela Caritas angolana. O encontro se realizou de 12 a 16 de setembro, e analisou o estado atual das atividades da Igreja Católica angolana em prol da pacificação do País.
Os participantes do encontro propuseram algumas recomendações. Em primeiro lugar, a extensão da rede de construtores de paz a toda Angola. Na primavera de 2006, está previsto um novo encontro de representantes dos agentes de paz angolanos, reunindo 30 pessoas. Também foi dirigido ao governo um convite para preparar um manual de educação cívica, com a contribuição de diversos setores da sociedade.
Pede-se também uma maior atenção na reintegração, na sociedade civil, dos refugiados que retornaram ao País. A Caritas quer atuar em todos os níveis para favorecer a reconciliação nacional através da formação das pessoas, destacando o perigo das armas em mãos dos civis. Esta obra de formação se baseia na manual da Caritas Internationalis sobre a construção da paz e a resolução de conflitos.
As eleições parlamentares e presidenciais angolanas se realizarão em setembro do próximo ano. As últimas eleições realizaram-se em 1992, e se caracterizaram por fraudes e irregularidades. Em 1994, a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), ex-movimento de guerrilha que assinou um acordo de paz com o governo de Luanda e se candidatou nas eleições. Retomou as armas e acusou o partido no poder de condicionar o voto de 1992. Após a assinatura do novo acordo de paz de 2002, a UNITA retornou ao cenário político angolano, e quer vencer as eleições de 2006. Porém, a lembrança das violências do passado ainda é viva na população. Por este motivo, a Igreja é ativamente engajada na reconciliação e na contribuição para o pacífico andamento da campana eleitoral e do próximo pleito. Nos últimos meses, registraram-se atritos, que deixaram pelo menos um morto e alguns feridos. (L.M.) (Agência Fides 22/9/2005)