EUROPA/FRANÇA - O Apelo da Paz na conclusão do Encontro internacional de Lyon “Homens e Religiões”: “A paz torna mais possível um mundo melhor. O caminho para a paz é o diálogo.”

Lyon (Agência Fides) - “Chegou a hora de acabar com o uso da violência! A vida humana é sagrada. A violência humilha os homens e a causa de quem a utiliza. O mundo está cansado de viver com medo. As religiões não querem a violência, a guerra, o terrorismo.” Este é um trecho do Apelo da Paz 2005, que concluiu o anual Encontro internacional “Homens e religiões”, promovido pela Comunidade de Santo Egídio, que este ano se realizou em Lyon, de 11 a 13 de setembro, sobre o tema “A coragem de um humanismo de paz”.
No apelo, reitera-se que: “Quem usa o nome de Deus para afirmar um interesse particular ou legitimar a violência, degrada a religião. Nenhuma guerra é santa. A humanidade não se melhora com o terror.” Os participantes do encontro recordam que a paz é dom de Deus, e Deus a doa a quem acredite n’Ele. Por isso, rezaram em Lyon para que a paz “se estenda a todos os homens e mulheres, abrace todos os povos da terra, detenha as mãos dos violentos e desestabilize os desenhos do terror”.
Diante de tantas dores e de inúmeras pobrezas que ainda atingem milhões de pessoas no mundo (miséria, falta de saúde, instrução, água, segurança…) pede-se aos políticos “uma mais forte concentração de energias e de recursos para tornar o mundo do século XXI menos pobre e mais humano”. O Apelo prossegue: “A paz torna mais possível um mundo melhor. O caminho da paz é o diálogo. O diálogo não diminui a defesa em relação ao outro, mas protege; transforma o estranho em amigo; torna possível aquele trabalho em comum para lutar contra a pobreza e contra todo mal”.
O diálogo entre expoentes das várias comunidades religiosas e com os humanistas do nosso tempo, em Lyon, fez emergir as profundas diversidades entre religiões e culturas, “mas se deixou claro que há um único destino. É tempo de trabalhar, juntos, com coragem por um humanismo capaz de construir a paz entre os povos e os indivíduos. O objetivo não é a afirmação de um ou do outro, mas realizar uma civilização na qual se viva juntos. A arte do diálogo é o caminho paciente para construir aquela civilização do viver juntos”. (S.L.) (Agência Fides 14/9/2005)