Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Na moldura particularmente solene de uma Catedral lotada de pessoas, entre Cardeais, Arcebispos e Bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos e autoridades civis, teve início às 19h de 28 de junho, na Basílica de São João de Latrão, a celebração do “processo” sobre a vida, as virtudes e a fama de santidade do Servo de Deus João Paulo II, o Pontífice Karol Wojtyla. A celebração teve início com as Primeiras Vésperas da solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, Padroeiros de Roma, presidida pelo Cardeal Vigário, Camillo Ruini. Em seguida, realizaram-se os procedimentos para a abertura da fase diocesana da Causa de Beatificação e Canonização. Ao final, o Card. Ruini fez uma reflexão, interrompida por frequentes aplausos, na qual repercorreu as etapas fundamentais da vida de Karol Wojtyła.
“Cada palavra que eu possa agora acrescentar… para ilustrar a figura de João Paulo II e motivar a abertura da sua Causa de Beatificação e Canonização, de um lado parece supérflua, por ser tão grande e universal o conhecimento que temos dele e tão profundo e unânime o convencimento da sua santidade”, disse o Card. Ruini. Tentando uma síntese dos 20 anos nos quais Karol Wojtyła foi Bispo em Cracóvia, o Card. Ruini destacou que “ele soube fazer síntese da sua força intelectual e do seu gênio artístico com aquele amor apaixonado por Cristo, pela Igreja e pelos homens que o Espírito Santo infundiu nele. Assim, ele conseguiu ser um Pastor capaz de compreender, de guiar e de fazer crescer o seu clero e o seu povo, mesmo em situações de graves dificuldades”.
Os 26 anos e meio do seu Pontificado “estão esculpidos na memória e no coração de cada um de nós”, disse ainda o Cardeal, recordando o forte convite no início do seu ministério, em 22 de outubro de 1978: “Não tenham medo! Abram as portas a Cristo!”, ao qual “ele, por primeiro, permaneceu sempre fiel”. “Recordamos as suas inúmeras viagens apostólicas, para levar o anúncio de Cristo, nosso único Salvador, a todas as partes da terra. As suas visitas às paróquias de Roma, o afeto e o cuidado constante com a qual guiou esta Diocese, através do Sínodo, da Missão cidadã, do Grande Jubileu que envolveu o mundo inteiro. Recordamos a extraordinária iniciativa pastoral dos Dias Mundiais da Juventude, que abriram uma nova e grande via ao encontro dos jovens com Cristo. E como esquecer aquele amor e aquela solicitude para com a humanidade ameaçada, que o levou a uma obra incansável para afastar as guerras e restabelecer a paz, para garantir aos povos mais pobres, aos últimos da terra, uma esperança de vida e de desenvolvimento, para defender a dignidade intangível de cada existência humana, da concepção até o fim natural, para tutelar a promover a família e o autêntico amor humano. Ainda, não podemos esquecer a profecia e a coragem com a qual contribuiu para abater o muro que dividia a Europa e para evocar as raízes cristãs da própria Europa. A generosidade com a qual batalhou pela unidade dos cristãos, sentida por ele como uma precisa e não declinável vontade de Jesus. O empenho que propagou para que as religiões fossem portadoras de paz entre os povos. A sinceridade com a qual pediu perdão pelos pecados dos filhos da Igreja e ao mesmo tempo a força e a tenacidade com a qual defendeu e proclamou o laço indissolúvel da Igreja com Cristo e a integridade da doutrina católica”.
Depois de destacar que na seqüela de Cristo pode-se encontrar a síntese da existência de Karol Wojtyła, o Card. Ruini concluiu a sua reflexão com um convite: “Peçamos ao Senhor, com todo o coração, que a Causa que se inicia esta noite possa muito em breve alcançar o seu coroamento. Os tantos testemunhos que continuamente nos chegam sobre a santidade de vida do saudoso Pontífice e as graças impetradas através dele, confirmam essa nossa oração.” (S.L.) (Agência Fides 30/6/2005)
