ÁSIA/UZBEQUISTÃO - Insatisfação dos agricultores pobres: manifestações populares sem desordens ou tensões

Tashkent (Agência Fides) - “As manifestações dos últimos dias decorreram na calma. A sociedade é tranqüila e também a pequena comunidade católica continua em sua vida cotidiana de fé, sem maiores problemas” - diz à Fides Pe. Krzysztof Kukulka Ofm Conv, Superior da missio sui iuris do Uzbequistão.
Nos últimos dias, pequenos grupos de manifestantes chegaram à capital, Tashkent, dos campos, para protestar contra certas medidas do governo, como a confisca das terras. Os manifestantes são principalmente agricultores provenientes das áreas mais pobres do país, insatisfeitos com suas condições de vida. O protesto, como notam os observadores, pode assumir certo relevo, considerando que o Uzbequistão é um país majoritariamente habitado por agricultores, e a questão da posse das terras e das propriedades nacionalizadas é muito sentida pela população, e pode gerar tensões sociais. Em março de 2005, cerca de 500 agricultores organizaram protestos, incendiando alguns veículos da polícia. As recentes manifestações populares e a mudança de governo no vizinho Quiriguistão estão provocando preocupação, por um possível ‘efeito dominó’ na região da Ásia central.
A Ásia Central, aonde se encontram as Repúblicas do Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão, estende-se por cerca de 4 milhões de km2, com uma população total de 49 milhões de pessoas. É uma região de população prevalentemente muçulmana (mais de 80%). Todavia, há uma presença cristã pequena, mas enraizada. Nos anos da dominação soviética, os povos desta região foram submetidos a uma política de ateísmo militante e coletivismo. O renascimento espiritual e social começou no início da década de 90, embora em meio a numerosas dificuldades, por causa da carência de sacerdotes, religiosos, catequistas, leigos maduros, literatura religiosa, igrejas, meios de informação. Relevantes também as dificuldades das condições sociais. Em Uzbequistão, os católicos são cerca de 4.000.
(PA) (Agência Fides 4/5/2005)