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Kinshasa (Agência Fides) – O chefe da Missão da ONU na República Democrática do Congo (MONUSCO), Martin Kobler, ofereceu-se para mediar o diálogo nacional (veja Fides 2/6/2015) proposto pelo Presidente Josesph Kabila em vista das próximas eleições locais, políticas e presidenciais, cujo calendário ainda precisa ser definido.
A oposição política e a sociedade civil acolheram a proposta de diálogo nacional “com muita desconfiança, suspeitando numa enésima manobra para obter o adiamento do pleito eleitoral e manter no poder o mesmo presidente além 2016, uma suspeita legitimada também pelo persistente silêncio do principal interessado. Isso porque – explica uma nota enviada à Agência Fides pela Rede Paz para o Congo – não foram fornecidas informações suficientes sobre a data, a duração, o local, os participantes, os conteúdos, a metodologia, as finalidades e os objetivos” do diálogo nacional.
De acordo com a nota, para ser realístico, o diálogo deve se realizar no pleno respeito da Constituição, sem que esta seja instrumentalizada por interesses pessoais ou de grupo; sob a guia de uma personalidade neutra e independente, como por exemplo um representante da ONU ou da sociedade civil; limitar-se unicamente à questão da organização do pleito, no respeito das datas eleitorais fixadas pela Constituição; rever o atual calendário eleitoral, considerado por muitos irreal e irrealizável, sobretudo para as muitas datas eleitorais previstas num tempo demasiado breve (pouco mais de um ano); assegurar-se que o governo garanta o financiamento de todas as etapas eleitorais; garantir a segurança da população e o respeito pelos direitos humanos, inclusive a liberdade de expressão e de manifestação antes, durante e depois de cada período eleitoral. (L.M.) (Agência Fides 12/6/2015)
