ÁSIA/PAQUISTÃO - Morto o rapaz cristão queimado vivo por jovens muçulmanos

Quarta, 15 Abril 2015

Lahore (Agência Fides) - Nauman Masih, de 14 anos, cristão paquistanês, que foi incendiado por um grupo de jovens muçulmanos desconhecido poucos dias atrás (veja Fides 13/04/2015), faleceu esta manhã no hospital em Lahore. Afirmam fontes locais da Agência Fides no Paquistão. O jovem tinha sido parado e agredido depois de declarar ser cristão. Os jovens jogaram gasolina nele. Ele tinha sofrido queimaduras graves em 55% do corpo.
De acordo com alguns observadores, o gesto pode ser uma vingança após o linchamento de dois muçulmanos ocorrido em Youhanabad – declarados inocentes - após o atentado contra duas igrejas em 15 de março. Depois do linchamento público em Lahore, a polícia invadiu muitas casas em Youhanabad e prendeu mais de 100 jovens cristãos para encontrar os culpados. “Os cristãos condenaram o linchamento, dizendo abertamente que se trata de um grande crime. Todavia, no passado, em inúmeros casos cristãos inocentes foram queimados vivos: recordamos os ataques de massa ao bairro cristão em Gojra, Shantinagar, ou os dois cônjuges cristãos queimados vivos num forno de tijolos em novembro de 2014”, nota a Fides pe. James Channan, dominicano, Diretor de “Peace Center” em Lahore, que promove iniciativas de paz, harmonia, reconciliação e diálogo inter-religioso.
“Este episódio demonstra o ódio que circula na sociedade. Necessitamos de uma grande obra de diálogo e de harmonia entre fiéis de religiões diferentes”, afirma Pe. Channan.
Shahbaz Sharif, Primeiro-ministro do Punjab, pediu que os responsáveis sejam presos. O Diretor de “Peace Center” conclui: “Diria que hoje estamos no pior período histórico para a vida dos cristãos no Paquistão. Hoje, perguntamos ao governo: onde está a justiça? Onde estão os culpados por tantos episódios de violência gratuita cometidos contra os cristãos?”.
Mervyn Thomas, diretor da Ong “Christian Solidarity Worldwide”, afirma numa nota enviada a Fides: “Rezamos pelo jovem e por sua família. Crer que se possa matar um jovem por uma simples profissão de fé é profundamente preocupante. A cultura da impunidade deve acabar, e às minorias religiosas devem ser garantidos os direitos de todos os cidadãos no Paquistão”. (PA) (Agência Fides 15/4/2015)


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