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Kinshasa (Agência Fides) – A ameaça à população civil no Território de Beni começa na Província de Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo, e é “híbrida”. É o que afirma o documento conclusivo do encontro de três dias organizado pela Coordenação da Sociedade Civil local (veja Fides 17/12/2014). O documento, enviado à Agência Fides, afirma que as recentes tragédias de civis que causaram a morte de mais de 250 pessoas, são obra de “resíduos” do grupo armado de origem ugandense ADF-NALU, “presente na província há duas décadas”, mas também de “filhos dispersos das comunidades locais, que se reuniram a seu redor”. O relacionamento entre ADF-NALU e alguns grupos locais é qualificado como “de ordem militar e socioeconômico, através de uma rede informativa e de transação transfronteiriça mafiosa”. “O inimigo - continua o documento - somou à sua causa criminosa, que inclui práticas jihadistas, alguns atores políticos, agentes econômicos mafiosos e autoridades tradicionais (chefes de aldeia, ndr.) com a cumplicidade de países vizinhos”. Esta análise confirma o que já havia sido relevado pela Rede Paz no Congo (veja Fides 16/12/2014) que nota a presença, ao lado das ADF-NALU, de outros grupos armados que semeiam morte e destruição na área. O documento recomenda uma maior coesão entre protagonistas políticos, sociais e militares locais “para sair da onda do terror”, da forte desconfiança e da confusão na qual a região caiu 20 anos atrás”. Com este objetivo, aconselha-se a instituição de uma comissão para monitorar os compromissos, recomendações e resoluções adotadas neste encontro, e difundir o resultado do diálogo social local, nacional e internacionalmente. (L.M.) (Agência Fides 22/12/2014)
