Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Uma medida anunciada já deveria ter retocado em Tamil Nadu a lei anticonversão, mas o governo ainda não cumpriu as promessas anunciadas. Os cristãos pedem que isto ocorra o mais rápido possível, e que a lei, que discrimina as minorias religiosas, seja oficialmente retirada. É uma das questões discutidas no depoimento de Dom Jude Paulraj, Bispo de Palayamkottai, diocese no estado de Tamil Nadu (Índia meridional), à Agência Fides. A lei anticonversão, adotada também em outros estados da Índia, prevê que, se uma pessoa quer mudar de culto, deve se submeter a uma avaliação, e ser autorizada por um magistrado: uma evidente violação da liberdade de consciência, como sustentam os ativistas de direitos humanos, associações civis e religiosas.
Embora minoritária, a comunidade católica é bastante engajada no campo da defesa dos direitos humanos, sobretudo dos sem-casta: “Sofremos muitos nos tempos do governo do Baratiya Janata Party (BJP) - explica à Fides o Bispo - que fomentou o fundamentalismo hindu e os grupos que em toda a Índia atacaram as minorias religiosas e desencadearam violências. Mas também nós, cristãos, devemos fazer um exame de consciência e desencorajar o proselitismo de algumas seitas. O importante é conservar sempre um Estado secular, no qual seja sempre garantida a liberdade de consciência e de religião”.
Dom Paulraj afirma: “O nosso serviço social não tem fins secundários: é uma ajuda gratuita que os fiéis católicos desempenham muitas vezes voluntariamente: penso em todas as religiosas que trabalham em escolas, orfanatos, nos leigos engajados em tantas obras sociais administradas pela Igreja, nos sacerdotes que dedicam suas vidas ao serviço da instrução, especialmente dos sem-casta. O sistema das castas, embora oficialmente abolido, ainda vige na Índia, enquanto a Igreja se empenha em construir uma sociedade justa e fraterna, sem discriminações de algum tipo”. A comunidade católica administra na diocese de Palayamkottai 11 institutos de ensino, 49 centros de serviços sociais, assistindo pessoas de todas as religiões e faixas sociais.
“Nossas relações com as autoridades civis - conclui o Bispo - são cordiais, embora vivamos nossas dificuldades e sofrimentos. Rezo para que possamos sempre ter a fé que nos torne capazes de enfrentar os sofrimentos e dar um sentido à nossa existência”. (PA) (Agência Fides 2/2/2005)
