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Bangui (Agência Fides) - “Onde está você?” A pergunta de Deus, depois da transgressão de Adão e Eva, dirigida a toda a humanidade, é trazida para a situação da República Centro-Africana por Dom Dieudonné Nzapalainga, Arcebispo de Bangui, na homilia da Missa na Solenidade da Imaculada Conceição. “Onde está você, homem jovem, você que esteve armado, drogado e enviado para saquear, matar e queimar os povoados? Sai dos grupos armados, depõe a arma e retoma o caminho da formação para crescer e participar no desenvolvimento da República Centro-Africcana”, disse Dom Nzapalainga em sua homilia, cujo texto foi enviado à Agência Fides.
O Arcebispo de Bangui recorda a responsabilidade de todos na violência que mergulhou a República Centro-Africana em sua pior crise desde a independência. Aos líderes da guerrilha: “Onde está você, líder da milícia que manipula, que se enriquece na pele dos pobres e semeia terror, morte e desolação? Sai da rebelião! Faça um ato de contrição para se reconciliar com a tua comunidade e encontrar a paz no coração e na alma”.
Mas há também a responsabilidade das mulheres que incitam à violência: “Onde está você, mãe ou irmã que alimenta o fogo do confronto armado com suas mentiras e incitamento ao ódio e divisão? Sai da raiva e do desejo de vingança para pronunciar palavras de paz, perdão e reconciliação. Desta forma encaminharas seus filhos e seus irmãos no caminho do bem”.
Depois, há o político que “se esconde atrás do pretexto de uma crise supostamente religiosa para satisfazer o desejo de vingança pessoal e tomar o poder pela força”. Sai dessa situação – exorta Dom Nzapalainga - reconsidera seu projeto político e seu compromisso com uma vida melhor para este povo, que não conhece outra coisa a não ser a prepotência há muito tempo”.
A última pergunta é feita “a você que fornece armas e se esconde por trás dos grupos armados para conquistar quotas de mercado. Quem é você? Onde você está? Onde você está?” Perguntas que fazem prefigurar responsabilidades que vão além da República Centro-Africana e envolvem diversos atores internacionais, públicos e privados.
“É hora de deter a violência. Abrir espaço para a graça do perdão recebido hoje para virar a página, olhar-se novamente nos olhos e caminhar juntos mais uma vez”, concluiu Dom Nzapalainga. (L.M.) (Agência Fides 9/12/2014)
