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Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Reconhecimento ao Senhor que, depois de uma intensa súplica, liberou o suplicante do pesadelo mortal que o aprisionava: é este o tema do Salmo 114 («Ação de graças» - Vésperas da sexta-feira da 2ª semana: Sl 114,1-2.5-7.9) que o Santo Padre João Paulo II comentou esta manhã durante a audiência geral na sala Paulo VI.
«A voz do salmista exprime amor em reconhecimento ao Senhor - explicou o Papa -, depois de ser atendida uma intensa súplica: “Amo o Senhor porque ele ouve a minha voz suplicante, ele inclina seu ouvido para mim no dia em que eu o invoco”. Imediatamente depois desta declaração de amor se descreve vivamente o pesadelo mortal que aprisionava a vida do suplicante. O drama é figurado com os símbolos habituais dos Salmos... A imagem é aquela de uma vítima que caiu na armadilha de um inexorável caçador.»
Nesta experiência trágica e dolorosa se eleva uma súplica «em direção ao único que pode estender a mão e arrancar o suplicante angustiado daquele embaraço inextricável»: «É uma oração breve, mas intensa do homem que, encontrando-se em situação desesperada, se agarra à única tábua de salvação». O suplicante salvo proclama assim a bondade e a misericórdia do Senhor. «A confiança autêntica sente sempre Deus como amor - sublinhou o Santo Padre -, mesmo se em algum momento é difícil intuir o percurso de sua ação.»
No diálogo que segue o salmista convida a sua alma a reencontrar a paz depois do pesadelo: «O Senhor, invocado com fé, estendeu a mão, arrebentou as cordas que aprisionavam o suplicante, enxugou as lágrimas de seus olhos, interrompeu sua descida precipitosa ao abismo infernal». O canto se conclui com o suplicante que retorna à estrada do mundo para caminhar na presença do Senhor, unindo-se à oração comunitária do templo, antecipando aquela comunhão com Deus que o espera no fim de sua existência. (S.L.) (Agência Fides 26/1/2005)
