ÁSIA/FILIPINAS - É urgente deter as execuções extrajudiciais, ataque contra a democracia

Sábado, 24 Maio 2014

Manila (Agência Fides) - O Governo filipino não está fazendo o suficiente para acabar com as execuções extrajudiciais, que há vários anos permanecem impunes: esta é a denúncia feita pela Ong "Human Rights Watch" (HRW) que sinaliza um perigo, parece que os "funcionários da cidade e policiais apoiam os assassinatos mirados como uma forma perversa de controle do crime". Alguns prefeitos de cidades filipinas, de fato, são acusados de "cumplicidade dos assassinatos". Segundo um relatório recente publicado pela HRW, no período entre 2008 e 2013, nas Filipinas, houve 298 execuções extrajudiciais, todas impunes. A maioria das vítimas são traficantes de drogas, pequenos criminosos, meninos de rua, mas há também ativistas de direitos humanos, advogados, sindicalistas e sacerdotes. Dentre os casos de religiosos e missionários, está o do Pe. Fausto Tentorio, PIME, morto em 2011, em Mindanao, e o sacerdote católico Cecilio Lucero, assassinado em setembro de 2009, na província de Norte Samar, ao sul de Manila. O fenômeno, observa a Ong, continua prejudicando a imagem internacional das Filipinas. HRW afirma: "O presidente Benigno Aquino tem ignorado as execuções extrajudiciais perpetradas por esquadrões da morte que atuam principalmente nas áreas urbanas".
A longa trilha de assassinatos impunes assola o país há mais de uma década. Segundo os grupos da sociedade civil, a responsabilidade por esses atos deve ser dada aos "esquadrões da morte" que atuam no país, compostos por ex-militares ou paramilitares. Em 2010, a organização "Karapatan" ("Aliança para a melhoria dos direitos do povo") assinalou as execuções extrajudiciais, especialmente de advogados, juízes, ativistas de direitos humanos, religiosos e jornalistas. Nos oito anos de governo de Gloria Macapagal Arroyo – presidente antes de Benigno Aquino Jr. - foram registradas 1.118 vítimas de execuções sumárias, 1.026 casos de tortura, 1.946 detenções arbitrárias, além de 30 mil agressões e 81 mil ameaças. (PA) (Agência Fides 24/5/2014)


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