ÁFRICA/MOÇAMBIQUE – Apelo dos Bispos da África Austral pela paz em Moçambique

Quarta, 27 Novembro 2013

Maputo (Agência Fides) - Cauta abertura do Governo moçambicano ao pedido da RENAMO (Resistência Nacional de Moçambique) de envolver observadores nacionais no diálogo para resolver a grave crise que fez o Exército nacional atacar em 21 de outubro o quartel general do ex-movimento de guerrilha nas florestas de Sadjunjira, na província central de Sofala. O líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, conseguiu fugir e se esconder num lugar impreciso.
Desde então, em ataques perpetrados por homens da RENAMO as instituições governamentais e ao longo das vias de comunicação, dezenas de pessoas perderam a vida.
José Pacheco, Ministro da Agricultura e chefe da comissione governamental para o diálogo com o maior partido de oposição, afirmou que o Governo está pronto para reconhecer a participação nas discussões com a RENAMO de Lourenço do Rosário, Reitor da Universidade particular “A Politécnica”, e de Dom Dinis Sengulane, Bispo anglicano de Lebombo, mas rejeitou a hipótese de envolver mediadores estrangeiros, afirmando que “os assuntos internos nós moçambicanos podemos resolvê-los”.
No entanto, nas eleições administrativas boicotadas pela RENAMO, o partido no governo, o FRELIMO, foi reconfirmado na guia da administração da capital Maputo.
A grave crise moçambicana foi recordada pela Assembleia da IMBISA (Associação Inter-regional dos Bispos da África Austral), organismo que reúne os Bispos de Angola, Botsuana, Lesoto, Moçambique, Namíbia, São Tomé e Príncipe, África do Sul, Suazilândia e Zimbábue, que se realizou na metade de novembro em Gaborone (Botsuana). “Acompanhamos com preocupação, afirma a mensagem de IMBISA – o que está acontecendo em Moçambique nos últimos tempos. Parece que as armas estão se multiplicando, causando sofrimento e morte, invés de diálogo e colaboração de todos para a consolidação da paz”.
Referindo-se aos acordos de paz de 1992, que terminaram com a guerra de 17 anos, a mensagem sublinha que “Moçambique e seus líderes sejam são considerados como exemplo sobre como acabar com a longa guerra através do diálogo”.
“Moçambique desenvolve uma função muito importante em nossa região. O progresso e a sua estabilidade são de importância vital para os nossos países a fim de consolidar o seu desenvolvimento. Convidamos os nossos governos a unirem suas vozes à voz do povo moçambicano para pedir o cessar de todas as ações de violência e o uso de armas e para encorajar todos os esforços de diálogo”, conclui o documento. (L.M.) (Agência Fides 27/11/2013)


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