AMÉRICA/EL SALVADOR – As populações indígenas continuam “invisíveis”

Terça, 1 Outubro 2013

San Salvador (Agência Fides) – A população indígena de El Salvador continua a sofrer situações de pobreza, falta de assistência de saúde, água potável e instrução, além de um acesso limitado à terra e aos recursos naturais do país centro-americano. É o que emerge num recente documento realizado pelo Relator Especial das Nações Unidas para a Defesa dos Direitos das Populações indígenas. Por não existirem dados precisos, continua difícil estabelecer o número exato de índios salvadorenhos. A isso, se acrescenta também o contínuo processo de recuperação de sua identidade depois da marginalização e das perseguições sofridas nos séculos XIX e XX, como por exemplo os massacres de 1932, conhecidos como La Matanza, nos quais morreram cerca de 30 mil pessoas. Em 2011, cerca de 29,044 estudantes eram indígenas, a maior parte dos quais residentes nos municípios de Izalco (8,248) e Nahuizalco (8,880), no departamento de Sonsonate, no oeste do país. Sempre no documento, se lê que os dados disponíveis sobre a frequência escolar nessas áreas são alarmantes. Em Izalco, por exemplo, 19% dos menores entre 7 e 15 anos não frequentam a escola, e cerca de 42% deles por motivos econômicos. Por outro lado, não frequentam a escola 54% dos jovens entre 16 e 18 anos, 41% deles por motivos econômicos. Além disso, também a situação das mulheres permanece muito precária. Elas sofrem graves discriminações e repetidas violências domésticas. El Salvador e Panamá são os únicos Estados da América Central que ainda não ratificaram a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIL), que destaca e evidencia a importância dos direitos coletivos dos povos indígenas. Em El Salvador, compreendem Nahuas, Pipiles, Lencas, Kakawiras e Maya Chortís. (AP) (1/10/2013 Agência Fides)


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