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Abuja (Agência Fides) – A população local está preocupada com a presença de uma milícia composta de civis que atua junto com os militares que trabalham nas operações de segurança em Maiduguri, capital do Estado de Borno, um dos três Estados do nordeste da Nigéria que o Governo Federal impôs o estado de emergência para combater a seita jihadista Boko Haram (veja Fides 15/5/2013). As operações militares são conduzidas pela Joint Task Force (JTF), unidade especial formada pelos melhores elementos das forças armadas nigerianas. A milícia civil atuante se chama "civilian JTF". É formada por jovens que trabalham nos postos de controle ao longo das principais ruas de Maiduguri. Estas operações são vistas pela população local como uma ameaça potencial para a frágil paz que parece voltar depois da violência na semana passada que provocou 30 vítimas, uma série de ataques coordenados perpetrados pela Boko Haram, em resposta à prisão de alguns de seus membros por parte da milícia civil.
Segundo testemunhos obtidos pelo jornal Nigerian Tribune, os moradores de Maiduguri se queixam de que a milícia civil lançou uma "caça às bruxas" contra as pessoas suspeitas de estarem ligadas a Boko Haram, dando a entender a possibilidade de abuso e justiça "feita com as próprias mãos".
A presença de uma milícia civil pode aumentar a tensão numa área em que, devido às operações militares e represálias de Boko Haram, cerca de 3 mil pessoas foram obrigadas a procurar refúgio nos países vizinhos, Níger e Camarões. (L.M.) (Agência Fides 24/6/2013)
