ÁSIA/FILIPINAS - “Paz, aonde estás?”: depois do acordo governo-rebeldes do Sul, urge construir a confiança

Terça, 4 Dezembro 2012

Zamboanga City (Agência Fides) – Depois do “acordo-base” assinado entre o governo filipino e rebeldes muçulmanos para se chegar à paz no Sul das Filipinas, “deve-se construir também um “quadro de confiança” que ajude as pessoas a imaginar os requisitos para o acordo de paz definitivo e que, sobretudo, ajude a mudar as relações entre cristãos, muçulmanos e lumads (indígenas) em Mindanao”: é o que diz, em nota enviada à Agência Fides, pe. Sebastiano D'Ambra, missionário do Pime, há mais de 30 anos nas Filipinas, fundador do movimento de diálogo inter-religioso "Silsilah" em Zambonaga, na ilha de Mindanao. O missionário apresenta à Fides a "Semana da paz em Mindanao", em andamento de 29 de novembro a 5 de dezembro de 2012, centrada na questão “Paz, aonde estás?”. A Semana envolve comunidades, associações cristãs e muçulmanas, instituições, escolas e universidades em iniciativas, conferencias, marchas pacifistas, em diversas localidades de Mindanao.
O missionário explica à Fides que o caminho mais importante é o da reconciliação: “Muitos acreditam que o acordo-quadro sobre a nova região 'Bangsamoro', assinado em 15 de outubro de 2012 entre o governo e a Moro Islamic Liberation Front, seja uma boa ocasião para alcançar a paz definitiva. Com efeito, este é apenas um “acordo-base” que deve ainda ser completado. O esforço básico é dizer ao nosso povo que é possível construir a paz em Mindanao se houver uma visão comum para harmonizar as diferenças culturais e religiosas. Esta viagem é mais longa e mais importante do que o acordo de paz assinado no papel. Urge um caminho de purificação dos corações, das mentes e da memória. É um processo de reconciliação, amizade e amor”.
Padre D'Ambra destaca as dificuldades e obstáculos neste caminho: "Muitos não estão preparados para usar o termo 'Moro', outros acreditam que algumas minorias têm agora mais direitos do que a maioria. Novas ideologias religiosas radicais estão entrando em Mindanao para alimentar divisões entre muçulmanos e cristãos". A ilha permanece "doente de câncer" como "o sistema de divisão feudal em clãs, a cultura da proliferação de armas ou business de sequestros". Nesta situação, conclui o missionário é bom centralizar a reflexão sobre o ser "todos partes da mesma família humana" e reiniciar um esforço conjunto para construir um futuro de paz. (PA) (Agência Fides 4/12/2012)


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