AMÉRICA/BRASIL - Povos indígenas: "Não mais objeto da nossa caridade, mas protagonistas da própria história"

Quinta, 22 Novembro 2012

Luziânia (Agência Fides) - “A identidade do Cimi é a aliança com os povos indígenas para que não percam sua identidade”. A afirmação é do presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e bispo da prelazia do Xingu (PA), dom Erwin Krautler, durante a missa de abertura do Congresso que comemora os 40 anos da entidade, em Luziânia (GO).
Aberto na manhã desta terça-feira, 20, o Congresso reúne 250 pessoas de todo o país e debate o tema “Raiz, Identidade, Missão”, recordando a história do Cimi, que é um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Segundo dom Erwin, a pior coisa que pode acontecer com um povo é perder a sua identidade e que, em seus 40 anos de existência, o Cimi tem ajudado os povos indígenas a preservarem sua identidade. Disse que, nesse período, o Cimi aprendeu muito com os indígenas. “Foi-se o tempo em que trabalhávamos em favor dos povos indígenas, sem inclui-los na caminhada. Eles não são objeto de nossa caridade, mas sujeito de sua história e somos seus aliados”, observou.
A nota enviada pelo CIMI à Agência Fides refere também a resposta de Dom Erwin às críticas dirigidas ao CIMI: "Nunca nos aliamos a qualquer facção político-partidária. Nossa bandeira é a vida dos povos indígenas. Por isso temos coragem de enfrentar uma política anti-indígena, que continua em vigor nesse país".
A programação do Congresso, que se concluirá sexta-feira, 23 de novembro, compreende alguns momentos dedicados à lembrança dos 40 anos de vida do Cimi. Hoje, 22, o bispo emérito de Goiás (GO), dom Tomás Balduíno, um dos fundadores do Cimi, será homenageado pelos 90 anos que completará no próximo dia 31 de dezembro. No encerramento do evento deve ser aprovado o “Manifesto dos 40 anos do Cimi". (CE) (Agência Fides, 22/11/2012)


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