AMÉRICA/EQUADOR - A "Carta de niñas" para tutelar as meninas contra maus-tratos e abusos

Sábado, 17 Novembro 2012

Quito (Agência Fides) - 78% dos menores no Equador sofreram maus-tratos dentro de suas famílias. Para fazer frente a esta chaga, os delegados da organização das Nações Plan International lançaram um projeto que prevê que as crianças escrevam cartas nas quais descrevam suas situações. A finalidade de "Carta de niñas" é tornar visível o problema e alimentar o interesse e o empenho da sociedade por um futuro livre da violência. Segundo as estimativas do Ministério do Interior, 18 % das mulheres que sofrem violência no Equador foram vítimas de abusos pela primeira vez aos 10 anos de idade. "Carta de niñas" segue a linha do projeto "Cartas de Mujeres", com o qual foram coletadas mais de 10 mil cartas escritas por mulheres equatorianas que contaram histórias de violência física e psicológica, além de uma infinidade de abusos sofridos. Este projeto começou em novembro do ano passado com a finalidade de transformar as desigualdades entre homens e mulheres e permitiu interromper o longo silêncio das vítimas que sofrem agressões dos maridos ou dos parentes, com dolorosas consequências.
"Cartas de niñas" propõe o mesmo objetivo: um ano de cartas, desenhos ou vídeos com denúncias, sonhos e aspirações das menores, reunidos em laboratórios ou através de outras iniciativas que garantam em especial sua privacidade. Os organizadores analisarão o conteúdo das cartas para sensibilizar a população sobre o argumento e para formular políticas públicas específicas para as meninas.
Segundo dados oficiais e de organismos privados, Plan International revelou que no Equador 41% das meninas sofreu algum tipo de maus-tratos na escola, e em geral os abusos extremos atingem 32% das meninas entre 5 e 17 anos, em relação a 30% dos meninos. Além disso, 69% das meninas foi vítima de violência de gênero, em especial de abuso sexual, e nos últimos 20 anos as gestações entre os adolescentes de 15 e 17 anos aumentou 81% com 64 mil mães adolescentes. Na América Latina, os altos índices de gestações, a violência, os abusos sexuais, o tráfico humano e a discriminação são os principais problemas que atingem as meninas e as adolescentes. (AP) (17/11/2012 Agência Fides)


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