AMÉRICA/COLÔMBIA - Para sobreviver aos abusos e violência muitas crianças entram no crime

Terça, 18 Setembro 2012

Bogotá (Agência Fides) - Ser uma criança na Colômbia é uma dura realidade. Nos primeiros quatro meses de 2012, morreram 342 por causas violentas, 60% das quais nas principais cidades do país, primeira de todas a cidade de Cali. Todos os dias são mortas três, mais de um milhão são aquelas que trabalham, igualmente alarmante é o número das crianças recrutadas por grupos armados e as que sofrem violência e maus-tratos na família, bem como os menores que se tornam criminosos e autores de homicídios. Segundo um relatório da Agência de Periodismo Aliado de la Niñez, el Desarrollo Social y la Investigación (Pandi), no ano passado foram assassinadas 1.177 crianças, meninas e adolescentes. Para muitos deles e para 19.617 que em 2011 sofreram maus-tratos e agressões físicas, os agressores foram os pais e parentes mais próximos. As meninas entre 10 e 14 anos são as principais vítimas, cerca de 7.304. A grande maioria dos casos de violência desta natureza acontece nas cidades, porque nas áreas rurais, não obstante a violência contra menores seja constante, por causa das dificuldades que as autoridades encontram para ter acesso e pelo medo, as denúncias são poucas. Outro grave problema que diz respeito aos menores é o recrutamento por grupos criminosos e gangues armadas. Num estudo realizado pelo ICBF (Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar), ao longo de quatro anos, emerge que cerca de 18 mil crianças com idade média de 12 anos fazem parte de guerrilhas e gangues mafiosas. 57% são do sexo masculino, 98% declararam ter sido torturado e forçado a ver e cometer atrocidades. A pobreza nas áreas rurais também obriga muitas crianças a trabalhar para ajudar suas famílias. Não obstante as campanhas do governo para limitar o fenômeno, no ano passado houve um aumento de 39,5%, 1.466.000 crianças trabalhadoras. Do total relatado, 23% das crianças de 5 a 17 anos não frequentam a escola porque trabalham e mais da metade do total, 57%, não recebe nenhuma compensação. Num quadro tão desolador não é estranho o aumento do número de menores criminosos. (AP) (18/9/2012 Agência Fides)


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