ÁSIA/FILIPINAS - " Ramadã, ocasião de diálogo e de amizade": mensagem do movimento inter-religioso "Silsilah"

Quinta, 19 Julho 2012

Zamboanga (Agência Fides) - "O Ramadã é para todos uma ocasião para refletir, para encontrar um significado espiritual da vida. Para o muçulmano, é uma obrigação; para outros, um desafio. O Movimento 'Silsilah' sempre destacou o aspecto espiritual da vida. Esta é uma ocasião para refletir sobre a importância da espiritualidade da vida-em-diálogo, e ajudar os muçulmanos e cristãos a valorizarem sua fé": é o que afirma uma mensagem enviada à Agência Fides e divulgada pelo Movimento para o diálogo entre as duas religiões "Silsilah", por ocasião do mês do Ramadã, que a comunidade islâmica viverá no período de 20 de julho a 18 de agosto.
O movimento "Silsilah" foi fundado no sul das Filipinas, na ilha de Mindanao, pelo missionário do Pime (Pontifício Instituto das Missões Exteriores) Pe. Sebastiano D'Ambra, junto com alguns líderes muçulmanos, e trabalha há 25 anos na formação dos jovens e para a harmonia social e religiosa. Trabalha num contexto, sul das Filipinas, de fortes tensões, visto que o território hospeda uma consistente componente islâmica (cerca de 6 milhões de pessoas), que deu vida também a movimentos guerrilheiros independentistas.
A obra de diálogo está atualmente bem desenvolvida em Mindanao: segundo a Fides, o "Conselho Inter-religioso dos Líderes" de Zamboanga, num recente encontro marcou alguns elementos fundamentais e os benefícios do mês de Ramadã: acentuou o espírito de sacrifício, o arrependimento dos pecados, a comunhão com Deus, o amor a Deus e ao próximo, a necessidade de dar tempo para mediação, o perdão e a caridade, a obrigação de jejuar, a purificação espiritual, a virtude da tolerância com os outros credos. Tais valores, segundo os líderes cristãos e muçulmanos do Conselho, aproximam os fiéis de religiões diferentes. Em vista do Ramadã, "os cristãos foram convidados a compreender melhor a religião islâmica e apreciar mais o caminho espiritual da comunidade muçulmana" - ressaltam. Os chefes muçulmanos admitiram que "o Islã é muitas vezes usado por membros de nossa religião para seus objetivos e interesses" e que "violência e abusos comprometem a liberdade religiosa e o próprio nome da religião". Por isso desejam que "o espírito do Ramadã possa conduzir à busca de maneiras melhores para construir laços de amizade com os cristãos, fruto do amor e compaixão recíproca". (PA) (Agência Fides 19/7/2012)


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