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Kinshasa (Agência Fides) – “Situada no coração da África, a Igreja do Congo é uma das mais antigas da região sub-Sahariana, com seus numerosos frutos conhecidos e admirados por todos, especialmente a santidade”. Com estas palavras, o Prefeito do dicastério missionário, Card. Fernando Filoni, elogiou a fecundidade da Igreja congolesa no discurso proferido no dia 2 de julho, durante a Assembleia plenária da Conferência Episcopal congolesa (CENCO). A Igreja local se caracteriza também pelo dinamismo da fé de seus fiéis, pela corresponsabilidade na vida e na missão da Igreja, que produzem frutos como o aumento contínuo de fiéis, o florescimento de vocações ao sacerdócio e à vida religiosa, o impulso missionário das comunidades eclesiais.
Não obstante a escassez de seus recursos, e em condições frequentemente difíceis, a Igreja católica contribui significativamente para aliviar a condição das populações oprimidas pela pobreza, pela insegurança, e obrigadas a fugir – destacou o Cardeal. Sua Conferência Episcopal Nacional merece vivas congratulações e encorajamento por sua constante atenção à situação sócio-política do país, por sua retidão nas análises e principalmente, pelas pertinentes mensagens e corajosas declarações publicadas por ocasião de eventos que marcam a vida da nação. A confiança da população nos Bispos deve encorajá-los a prosseguir nesta missão profética, permanecendo unidos no serviço à verdade e ao bem comum. É sinal de credibilidade e de eficácia pastoral quando os Bispos estão unidos e falam com uma só voz!”.
O Prefeito do Dicastério Missionário exortou, todavia, a não privilegiar as questões sociais e políticas “em detrimento da reflexão e de um profundo trabalho sobre as graves questões eclesiais e pastorais que abalam as comunidades cristãs”, convidando a Conferência Episcopal a uma maior atenção ao crescimento espiritual e moral do povo de Deus, concentrando-se em problemas internos como a missão do Bispo diocesano e seu relacionamento com o clero; a situação moral dos sacerdotes e das pessoas consagradas; a gestão financeira transparente das Dioceses. Além destes, outros importantes problemas pastorais a serem enfrentados são o impulso da Evangelização ad gentes, a pastoral familiar, a formação permanente do clero e dos leigos e o combate ao tribalismo e aos conflitos étnicos.
“Não obstante o crescimento da Igreja local e o autêntico progresso da Evangelização, ainda persistem dificuldades em relação à penetração e à adesão profunda ao Evangelho nos estratos culturais e nas tradições populares – frisou o Card. Filoni. Crenças e práticas supersticiosas, bruxaria e magia, que condicionam o cotidiano das pessoas e alimentam medos e suspeitos, estão ainda vivos em meio às comunidades cristãs. Sacerdotes, religiosos e religiosas não estão isentos desta situação. Enquanto Igrejas independentes e seitas se multiplicam, conflitos étnicos e tribalismo causam graves danos na sociedade congolesa e na Igreja. Este desafio, grande e importante, deve ser enfrentado pelo Episcopado do Congo seguindo dois compromissos prioritários: a formação integral e a formação permanente dos leigos e dos candidatos ao sacerdócio ou à vida religiosa consagrada”.
Retomando o tema da Assembleia plenária “A Igreja no Congo: do Concílio Vaticano II aos nossos dias. Evolução, desenvolvimento, análise”, o Card. Filoni ha convidou a difundir a Exortação apostólica Africae munus, “que deve inspirar a vida e o trabalho pastoral da Igreja na África nos próximos anos. Em relação especialmente à República Democrática do Congo, levando em conta os múltiplos conflitos persistentes nos campos social e eclesial, outra prioridade da Igreja local, além da Justiça e da Paz, é a Reconciliação”. O Ano da Fé, que se inicia em 11 de outubro, será uma ocasião para uma autêntica conversão, e o Card. Filoni exortou os Bispos a promover nas Dioceses “uma reflexão sobre a fé para ajudar os fiéis a serem mais conscientes e a reforçarem sua adesão ao Evangelho”. (SL) (Agência Fides 03/07/2012)
