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Zamboanga (Agência Fides) - Enquanto parece politicamente iminente a retomada das negociações entre governo e movimentos islâmicos empenhados na independência do Sul das Filipinas, em nível social e religioso multiplicam-se as iniciativas de diálogo e amizade entre cristãos e muçulmanos no Sul do País. Na grande ilha de Mindanao, vive uma minoria muçulmana de cerca de 5 milhões de pessoas (6% dos 80 milhões de filipinos) com cultura, costumes e tradições próprias, que deu origem a movimentos guerrilheiros que lutam pela secessão de Manila. Neste cenário, a Igreja sempre tentou agir como fator de reconciliação, promovendo o diálogo com a comunidade muçulmana.
O mês do Ramadão 2004 foi ocasião de diversas iniciativas islâmico-cristãs: na cidade de Zamboanga, na homônima península do Sul de Mindanao, o Interfaith Council of Leaders, organismo que reúne líderes cristãos e muçulmanos, organizou momentos de encontro entre as duas comunidades, em um clima de amizade e compartilha, do jejum dos muçulmanos, do nascer ao por do sol. Um encontro, promovido em 7 de novembro passado, foi repetido em diversas comunidades em 12 de novembro, última sexta-feira do Ramadão, ocasião para divulgar aos não-muçulmanos práticas e ritos da religião islâmica. Durante o evento, foi também lida a mensagem enviada pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso aos muçulmanos pelo fim do Ramadão, dedicado às crianças.
No Sul das Filipinas, o mês sagrado do Ramadão começou no sinal do diálogo: a comunidade Silsilah (que significa “cadeia”), fundada por Pe. Sebastiano d’Ambra, missionário do Pontifício Instituto Missões do Exterior, de Zamboanga, promoveu encontros culturais e de oração com os fiéis muçulmanos em espírito de comunhão e de reconciliação. A comunidade também enviou uma mensagem a todos os fiéis muçulmanos, augurando que o mês do Ramadão aproxime os fiéis a Deus e ao próximo, e mostrando respeito e apreço pela religião islâmica.
Na ilha de Mindanao, as comunidades católicas estão trabalhando para instaurar boas relações com os fiéis muçulmanos, e integrá-los social e civilmente, fazendo-lhes sentir ‘cidadãos’ como os outros. O objetivo é criar um círculo virtuoso de uma cultura de paz e tolerância, especialmente entre jovens das escolas e universidades. (PA) (Agência Fides 12/11/2004)
