ÁSIA/TURQUIA - Censurado o jornal armênio "Agos" na Turquia; controles nas escolas francesas

Quarta, 25 Janeiro 2012

Istambul (Agência Fides) - A Turquia lançou uma série de medidas em resposta à lei, aprovada pelo Senado francês, que criminaliza a negação do genocídio armênio. Na França, que nega o genocídio armênio pode ser multado em 45 mil euros e ficar preso por um ano.
Dentro da nação, Ankara censurou o jornal armênio-turco "Agos": segundo medidas do Ministério da Educação, o site do jornal (www.agos.com.tr) não está mais acessível nas escolas, na Turquia. Segundo fontes locais, após a circulação de tais notícias na imprensa turca, a medida foi parcialmente retirada.
Nos dias passados, mais de 10 mil pessoas se reuniram, em Istambul, e marcharam em silêncio para lembrar o jornalista de origem armênia Hrant Dink, assassinado em 19 de janeiro de 2007 em frente à sede do jornal "Agos", que dirigia.
Enquanto isso, dentre os atos de hostilidade contra os franceses, o Governo enviou inspetores para controlar os registros fiscais da escola francesa "Charles de Gaulle", na capital turca, despertando o protesto do embaixador francês Laurent Billi, enquanto circula a idéia de mudar o nome da "Rua Paris", em Istambul, para "Rua Argélia".
Pe. Lorenzo Piretto, OP, pró-Vigário Apostólico de Istambul, comenta à Fides: “Estamos surpresos pela medida aprovada na França: o genocídio armênio é uma questão histórica muito complexa e acreditamos que não seja dever do governo intervir. Por um lado, os armênios no exterior fazem pressão, mas, por outro, os armênios na Turquia poderiam sofrer represálias e eles mesmos manifestaram reservas sobre leis deste tipo. Hoje, os armênios na Turquia são uma minoria religiosa reconhecida pelo governo (enquanto os católicos não o são), que recentemente anunciou passos de abertura às minorias reconhecidas, como a restituição de propriedades confiscadas. Atualmente, os Armênios Apostólicos são cerca de 60 mil, enquanto os armênios católicos são cerca de 3 mil. Estão bem integrados no tecido social turco e não vivem problemas particulares”. (PA) (Agência Fides 25/1/2012)


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