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Jacarta (Agência Fides) - Acaba de tomar posse o novo governo indonésio do Presidente Susilo Bambang Yudhoyono, e mesmo assim nota-se sinais preocupantes na área de Sulawesi, na Indonésia oriental. A ilha esteve envolvida entre 2000-2002 no conflito civil que inflamou as ilhas indonésias Molucas e que viu o confronto entre as comunidades muçulmana e cristã protestante, também com a intromissão de provocadores externos e de grupos fundamentalistas islâmicos, como o Laskar Jihad. Os confrontos em Sulawesi causaram a morte de quase mil pessoas: em dezembro de 2001, o governo de Jacarta conseguiu obter a assinatura de um acordo entre as duas facções e desde então a situação era pacífica.
Mas em razão do recente conflito, que deixou feridas ainda abertas, a comunidade católica local teme os novos episódios de intolerância, que fizeram duas vítimas na semana passada: dois cristãos protestantes foram mortos alguns dias atrás em um vilarejo perto de Palu.
O motivo oficial do protesto, que viu alguns ataques a vilarejos cristãos, é a divisão administrativa do distrito de Polewali Mamasa (400 quilômetros de Makassar, Sulawesi meridional), que transfere alguns vilarejos muçulmanos para um distrito de maioria cristã. Na província de Sulawsi central, foram registrados nos dias passados episódios de intolerância: casas e plantações incendiadas, enquanto grupos de muçulmanos atacaram propriedades de cristãos indonésios, matando vários porcos, considerados animais impuros pelo Islã. Segundo fontes locais, os ataques continuam, mesmo que o governo tenha reforçado o contingente da polícia presente na região.
Em comentário à Fides, Pe. Ignazio Ismartono disse que “a única coisa que os cristãos pedem é que sejam tratados como os outros cidadãos indonésios, que não sejam discriminados, que possam exercitar direitos e deveres, como todos os outros, e que possam praticar nossa fé”.
No entanto, nas vizinhas ilha Molucas, as comunidades religiosas renovaram seu empenho para promover uma cultura e uma educação à paz, especialmente entre as novas gerações. A Igreja local está tentando reforçar os laços de amizade e cooperação com a comunidade muçulmana: por ocasião da abertura do mês sagrado do Ramadã, o Bispo de Amboina, Dom Petrus Madagi, enviou sua mensagem de felicitações aos líderes da comunidade islâmica.
Cerca de 90% dos 215 milhões de indonésios é muçulmano. Os cristãos são cerca de 5%, com minorias de outros cultos.
(PA) (Agência Fides 21/10/2004)
