VATICANO - “Uma inteira geração arrisca se perder”, afirma o cardeal Sarah, apresentando iniciativas para a África.

Sábado, 8 Outubro 2011

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A Igreja católica continuará a fazer a sua parte e buscará ainda a colaboração com outras comunidades cristãs para desenvolver uma parte ativa na solução de um drama humanitário que está ocorrendo na África”, afirmou em 7 de outubro o cardeal Robert Sarah, presidente do Pontifício Conselho “Cor Unum”, durante a entrevista coletiva no encerramento do encontro sobre a crise alimentar na África. No encontro, organizado pelo “Cor Unum”, participaram diversos organismos caritativos católicos empenhados na assistência das populações da região, além de um representante do arcebispo de Canterbury.
O cardeal Sarah recordou que o drama da África é uma questão “muito cara ao Santo Padre. Ele foi um dos primeiros a falar do assunto agora em âmbito internacional, em 17 de julho último”. O Papa Bento XVI, através de “Cor Unum”, destinou 400 mil dólares para as primeiras intervenções. No total, os recursos recolhidos pela Igreja católica ultrapassam 60 milhões de euros.
Michel Roy, secretário geral da Caritas Internationalis, salientou que os esforços dos organismos assistenciais católicos estão integrados, desde a simples Caritas paroquial até as diversas Caritas nacionais. Dentre estas, lembrou Roy, existem as Caritas de pequenos países, como São Tomé e Príncipe e Paraguai, que pela primeira vez em sua história fizeram uma coleta nacional.
Calcula-se que 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária: 4 milhões na Somália; 4,6 milhões na Etiópia; 3,75 milhões no Quênia e 147 mil no Jibuti.
A situação mais difícil é aquela do centro-sul da Somália, por causa da situação política do país que, como lembrou dom Giorgio Bertin, bispo do Jibuti e administrador apostólico de Mogadíscio, não tem uma administração organizada há 20 anos. Dom Bertin salientou que as ajudas, embora com dificuldade, conseguem chegar nessas regiões. “Preferimos enviar dinheiro, porque as ajudas alimentares provocariam a atenção de bandos armados. Apesar de tudo, na Somália existe um mercado e existe a possibilidade de comprar o necessário para ajudar as pessoas em estado de necessidade”, salientou dom Bertin.
Da entrevista coletiva surgiu a preocupação da Igreja de ir além da fase de emergência, que, no entanto deve ser enfrentada com decisão, para criar a longo termo as condições que evitem se repetir dramas semelhantes, que arriscam prejudicar o futuro da região. “Uma inteira geração arrisca se perder”, salientou o cardeal Sarah, que lançou um apelo para construir escolas: “uma escola em cada vilarejo! Digo como africano: unamo-nos no esforço para ajudar a África a dar educação, instrução, cultura aos próprios filhos!”. (L.M.) (Agência Fides 8/10/2011)


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