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Roma (Agência Fides)- Inicia esta semana o novo ano escolar em oito dos 10 campos do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) no Chade oriental, em benefício de cerca de 18 mil jovens com idade entre 5 e 17 anos. Em alguns campos, já antes da abertura oficial do ano escolar, ministravam-se lições organizadas pelos próprios refugiados. Para muitos jovens refugiados que se encontram nos campos, esta será a primeira vez que receberão uma instrução de base.
Segundo estimativas do ACNUR, 42 mil jovens em idade escolar não frequentam as salas de aula, em parte pela falta de recursos, entre eles professores e material escolar - mas também e principalmente porque os pais necessitam da ajuda dos filhos para as atividades cotidianas, como a busca de lenha e de água. O ACNUR, em colaboração com as organizações não-governamentais e o UNICEF, está tentando incrementar a oferta escolástica para refugiados e sensibilizar os pais sobre a importância da frequência escolar.
Um dos principais problemas é representado pelo recrutamento dos professores. Alguns dos refugiados mais anciãos têm anos de experiência no ensino na escola sudanesa, mas a maior parte do pessoal docente recrutado até agora é representado pelos próprios estudantes, com pouca ou nenhuma experiência de trabalho. Os professores até então recrutados são 150, mas é necessário contratar muitos outros para alcançar o standard de um professor para 40-45 estudantes.
Fornecer instrução primária a todas as crianças e jovens presentes nos campos no Chade oriental constitui uma das principais prioridades do ACNUR. A Agência também está em negociação com o governo chadiano para que forneça diplomas no final do ano escolar, de modo que os refugiados que retornarão ao Sudão possam ter os próprios estudos no Chade reconhecidos formalmente no próprio país. As escolas nos campos de refugiados seguirão o programa escolar sudanês, e as lições serão em árabe. O programa é, até o momento, limitado às primeiras noções de leitura e de matemática, enquanto em alguns campos já teve início programas de instrução para adultos e mulheres refugiados.
Em um outro setor de atividade, o ACNUR recebeu ontem como contribuição do governo japonês 700 tendas para refugiados sudaneses no Chade. As tendas vão acolher os refugiados nos campos de Goz Amer e Djabal. O ACNUR expressou gratidão ao governo japonês pela contribuição, graças à qual melhorarão significativamente as condições de vida de muitas famílias de refugiados. (L.M.) (Agência Fides 11/10/2004)
