Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Riad (Agência Fides) - Brian Savio O’Connor, o católico indiano preso na Arábia Saudita por motivos religiosos, defendeu-se como pode, na última audiência no Tribunal de Riad (em 15 de setembro), utilizando a única arma de que dispõe: a verdade.
O tribunal o acusava de possuir 12 garrafas de alcoólicos, dinheiro obtido com a venda de alcoólicos, vídeos pornográficos, e Bíblias para sua atividade de pregador cristão.
Segundo informações enviadas à Fides por Middle East Concern (MEC), associação que acompanha constantemente a condição das comunidades cristãs no Oriente Médio, O’Connor explicou aos juízes que os vídeos encontrados em sua casa eram gravações de um canal de uma TV cristã por satélite, que nada tinham de pornográfico, e eram destinados a um uso totalmente pessoal.
Ele acrescentou que as Bíblias encontradas em sua casa entraram com ele no país, seis anos atrás, e não houve nenhum problema na fronteira. Brian as utiliza para o estudo e aprofundamento pessoal da Palavra de Deus, assim como o fazia com a versão da Sacra Bíblia encontrada em um arquivo de seu computador.
Brian também recordou que - come publicado pelo jornal local Arab News em 9 de abril de 2003 - o vice-Ministro do Interior, Principe Ahmad, disse que os muçulmanos na Arábia Saudita podem praticar sua religião privadamente. A Corte respondeu que quer verificar a declaração. Sobre as acusações de posse de alcoólicos, os colegas de trabalho de Brian negaram que o jovem possuísse ou bebesse, afirmando que se trata de uma acusação totalmente falsa.
Na próxima audiência, que ainda não foi marcada, Brian terá um confronto com a polícia religiosa (Muttawa) que os prendeu.
Entretanto, a Igreja indiana e em meio às comunidades católicas de todo o mundo, realizam uma grande campanha de oração e sensibilização internacional em favor de sua libertação, no respeito aos direitos humanos e à liberdade religiosa. Todos pedem que se continue a rezar por Brian, para que sua fé permaneça sólida mesmo neste momento de provação.
O’Connor foi preso em março em Riad, pela Muttawa, a polícia religiosa saudita. Foi agredido, torturado, e ameaçado de morte para renunciar à sua fé. Em maio, teve início uma campanha internacional de opinião pública na Índia, Europa e América para pedir sua libertação.
No relatório 2004 sobre Liberdade Religiosa no mundo, divulgado recentemente pelo departamento de Estado americano, a Arábia Saudita foi inserida pela primeira vez na chamada “lista negra” dos países opressores. O documento afirma que na Arábia Saudita “a liberdade de religião não existe” e deplora que as liberdades religiosas básicas sejam negadas a todos com exceção daqueles que aderem à versão do Islamismo sunita, autorizada pelo Estado”. (PA) (Agência Fides 22/9/2004)
