VATICANO - Detenção de sacerdotes e fiéis na China: a Santa Sé denuncia “graves violações da liberdade de religião, direito fundamental do homem”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) - A Santa Sé noticiou que no mês de agosto foram detidos alguns sacerdotes e fiéis da República Popular Chinesa, e denuncia “uma grave violação da liberdade de religião, que é um direito fundamental do homem”.
Na primeira semana de agosto, o sacerdote Paulo Huo Junlong, vigário geral da diocese de Baoding (província de Hebei), foi preso pela polícia junto a outros sete sacerdotes e dois seminaristas. Os sacerdotes Paulo An Jianzhao e João Batista Zhang Zhenquan foram condenados a um período de reeducação através de trabalhos forçados. Os outros estariam ainda detidos em Quyang (Baoding), com exceção de três pessoas, que não pertencem a esta diocese.
Segundo as informações enviadas à Santa Sé, no dia de setembro de 2004, os membros do clero da diocese de Baoding, detidos ou privados da liberdade, são 23. Entre eles estão o Bispo Tiago Su Zhimin e o seu auxiliar, Dom Francisco Aa Shuxin, que desapareceram, respectivamente, nos meses de setembro de 1997 e março de 1996 e estão detidos sem processo em um local secreto.
Sucessivamente, foi preso o Administrador diocesano da Arquidiocese de Fuzhou, com dois sacerdotes e um seminarista. Até o momento, não resulta que tenham sido postos em liberdade.
A Santa Sé desconhece as razões de tais medidas repressoras. Se as novas notícias correspondem à verdade, encontra-se diante, mais uma vez, de uma grave violação da liberdade de religião, que é um direito fundamental do homem.
A Santa Sé apelo ao respeito de tal direito, sancionado pela Declaração universal dos direitos do homem, e confia que todas as pessoas mencionadas possam ser libertadas o quanto antes, segundo a justiça, a liberdade e o seu empenho pastoral a serviço das respectivas comunidades católicas.
A Santa Sé, por fim, recebeu a notícia que no final de agosto faleceu na prisão Dom João Gao Kexian, Bispo de Yantai (província de Shandong), aos 76 anos. O corpo do prelado foi entregue pela polícia a seus familiares. Dom Gao estava detido desde o fim dos anos 90 e não se havia notícias a seu respeito há muito tempo. (PA) (Agência Fides 11/9/2004)