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Nova Délhi (Agência Fides) - São duas distintas tragédias que atingem de modo duro a vida das pessoas, baseada na agricultura: as inundações e as secas. Nesses dias, a Índia está vivendo as duas: enquanto o nordeste do país está submerso pela água por causa das inundações devidas às fortes chuvas de monções, o noroeste e o centro se encontram em um período de forte seca. Um missionário explica à Agência Fides: “As pessoas estão desesperadas nos dois casos. As colheitas perdidas por causa das inundações (as piores dos últimos anos) aumentam a pobreza de milhares de famílias, enquanto os sem-teto já são milhões. Do outro lado, nas áreas onde não chove há meses, como em Rajastan e Maharashtra, as colheitas acabam queimadas pela seca, o gado morre e a luta pela sobrevivência se faz sempre mais difícil”.
A gravidade da situação induziu o governo central a organizar reuniões de emergência para estudar medidas adequadas para enfrentar o problema. O governo federal vai trabalhar em cooperação com os governos locais, enquanto já foram ativadas as organizações humanitárias como a Caritas, para prestar os primeiros socorros de emergência à população. O governo providenciou mais de 2 bilhões de rúpias (cerca de 43 milhões de dólares) para as primeiras intervenções. Os socorros procedem lentamente por causa da falta de meios à disposição.
No que se refere ao problema das inundações no nordeste nos Estados de Assam, Bihar e Bengala Ocidental, a situação continua a ser desesperadora por causa do transbordamento dos rios, principalmente o Brahmaputra. Os mortos são mais de 100, enquanto de acordo com as primeiras estimativas, são mais de 10 milhões as pessoas afetadas pelos efeitos das inundações, que submergiram completamente extensas plantações de chá.
Além da Índia Oriental, as inundações atingiram também Bangladesh (três milhões de pessoas atingidas), o Nepal (50 mortos) e o Butão (onde a diga do lago Tsatitsu cedeu, causando um aumento do nível dos rios).
Da outra parte da Índia, na zona ocidental, entre os Estados mais atingidos pela seca está o Rajastan, onde as temperaturas superaram a média dos 40 graus e as esperadas chuvas de monções estão muito atrasadas. Em Maharashtra, os agricultores do distrito de Vidarbha, obrigados a se endividar por causa dos longos períodos de seca e das conseqüentes magras colheitas de 2004, sentem-se tão desesperados a ponto de se suicidar. Também no Estado de Andhra Pradesh (Índia meridional) a Caritas e outras agências humanitárias de inspiração católica estão ajudando os camponeses que, reduzidos à miséria por causa da seca, estão se abandonando em uma longa cadeia de suicídios. A comunidade cristã local está abalada e os cristãos notam “até que ponto de desespero a pobreza pode arrastar o homem: até o ato de tirar a própria vida”.
(PA) (Agência Fides 14/7/2004)
