EUROPA/ITÁLIA - Dia Mundial da tuberculose: 2 milhões de mortos por ano no mundo. Testes e medicamentos obsoletos, vacinas pouco eficazes e a necessidade de tratamentos específicos para as crianças

Terça, 23 Março 2004

Roma (Agência Fides) - Testes que têm mais de cem anos, uma vacina criada nos anos ‘20 e medicamentos de 20 ou até 50 anos atrás. A luta contra a tuberculose pode fracassar, por culpa dos “instrumentos diagnósticos e terapias arcaicos”.
A lançar o alarme, às vésperas do Dia Mundial contra a Tbc, em 24 de março, é a associação humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF), que assiste cerca de 20 mil doentes, com 32 projetos em andamento, em 17 nações.
A TBC mata a cada ano dois milhões de pessoas no mundo. A cada ano, cerca de 8 milhões de pessoas (95% das quais em Países em vias de desenvolvimento), entram na fase conclamada e dois milhões (99% em Países em vias de desenvolvimento) morrem. Além disso, em 12 milhões de pacientes, o vírus da TBC convive com o HIV. 4% dos doentes, e 50% em algumas regiões da Europa do Leste, são resistentes a pelo menos um dos medicamentos utilizados no tratamento básico da patologia, e a cada ano, registram-se 250-400 mil novos casos de infecção resistente aos dois medicamentos mais potentes.
“Para poder assistir de maneira mais adequada os doentes de TBC, deveríamos dispor de instrumentos diagnósticos confiáveis, de que não dispomos hoje” - declarou o presidente de MSF. Os testes atuais, o mais difuso dos quais foi completado em 1882, “são particularmente ineficazes no caso de pacientes soropositivos: mesmo nos centros mais equipados, consegue-se identificar a doença somente em metade dos casos de pacientes com HIV”. A diagnose é ainda mais difícil nas crianças, porque “se baseia quase exclusivamente nos sintomas, e não pode ser confirmada com precisão”. É absolutamente necessário disponibilizar misturas de fármacos anti-TBC, estudados especificamente para crianças. A vacina anti-TBC surgiu em 1921, e oferece uma proteção limitada aos adultos. Sua eficácia é considerada por vários estudiosos como escassa.
(AP) (Agência Fides 23/4/2004)


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