ÁFRICA/UGANDA - A GUERRA “SILENCIOSA” DO NORTE DE UGANDA

Terça, 27 Janeiro 2004

Kampala (Agência Fides)- Prosseguem os saques, seqüestros e assassinatos por mãos dos guerrilheiros do Exército de Libertação do Senhor (ELS) no norte de Uganda. Segundo alguns missionários contatados pela Agência Fides em Uganda, dos quais omitimos os nomes por motivos de segurança, “a violência acontece no silêncio. No silêncio das armas, já que os guerrilheiros usam machados para matar sem causar alarme entre os vizinhos. Mas também no silêncio dos jornais locais, que calam sobre as incursões da guerrilha no norte. Silêncio inclusive da comunidade internacional, que não se interessa pelo problema”.
“Os ataques do ELS se concentram principalmente no distrito de Pader”, dizem a fontes da Fides. “Grupos dispersos do ELS conduzem os ataques. A liderança da guerrilha se refugiou no Sudão, mas deixou em Uganda alguns chefes menores, que continuam os ataques. Esperamos que quando a paz chegar ao Sudão, se criem condições para a paz também em Uganda, visto que o ELS tem suas próprias bases no Sudão. Infelizmente, nosso vizinho tem um território muito grande e difícil de controlar: um grupo de guerrilha como o ELS poderia esconder se por anos, e de repente, voltar a atacar”, concluem as fontes da Fides.
O governo ugandense anunciou a extensão da anistia para os líderes rebeldes, expirada desde fins de 2003. A anistia se prolongará por outros meses, depois dos quais, os líderes do ELS não poderão fruir de nenhuma clemência. Só os guerrilheiros simples poderão usufruir da anistia ao deporem as armas.
A decisão do Governo foi criticada por membros da Iniciativa de Paz dos Líderes religiosos Acholi (ARLPI), que a consideram “errada e insensata”.
(L.M.) (Agência Fides 27/1/2004)


Compartilhar: