ÁFRICA/GABÃO - Informações sobre o país

Sexta, 26 Outubro 2007

Roma (Agência Fides) - O Gabão, com uma superfície de 267.667 km2 e uma população de cerca de 1.500.000 habitantes, está situado no coração do continente africano. Irrigado pela bacia do rio Ogoué, o país tem um clima equatorial, com chuvas todo o ano. O território é coberto por densas florestas pluviais.
População. O Gabão era povoado pelos babinga, caçadores pigmeus. No século XVI, o território foi invadido pelos myene, aos quais, sucessivamente, se acrescentaram outras populações. Atualmente, mais da metade da população é bantu, subdividida em mais de 40 grupos étnicos (galoa, nkomi, irungu, entre outros). Cerca 1/3 é composto por fang e kwele, no norte; há minorias punu e nzabi no sul; por fim, estão presentes também baka e babongo pigmeus.
Divisão administrativa. O país tem 9 regiões e 37 províncias: Estuaire, Haut-Ogoué, Moyen-Ogoué, Nyanga, Ngounié, Ogoué-ivindo, Ogoué-maritime, Ogoué-lolo, Woleu Ntem. Libreville é a capital. As outras grandes cidades são Port Gentil, Masuku, Oyem.
A língua oficial é o francês.
História. Então colônia francesa, o Gabão se tornou independente em 17 agosto 1960. Com base na Constituição de 1961, o Presidente da República é eleito por sete anos por meio de sufrágio direto, assim como a Assembléia Nacional. O primeiro Presidente do Gabão foi Léon M'ba, morto em 1967, ao qual sucedeu o Ministro da Defesa, Bongo, então Albert-Bemard, que prosseguiu fielmente na linha inaugurada pelo seu predecessor. Bongo, batizado na Igreja católica, se converteu ao islamismo em 1973, assumindo o nome de El Hadj Ornar Bongo. Na política exterior, Bongo manteve boas relações com vários Estados da região. Em 1979 e em 1986, foi reeleito com 99% dos votos, em eleições presidenciais na quais era o único candidato. Em coincidência com as mudanças políticas no leste europeu, no final de 1989 as forças de oposição gabonenses voltaram a reivindicar uma abertura democrática. Depois de violentos confrontos, o Presidente emendou a Constituição e introduziu o multipartidarismo. Além de abolir a censura sobre a imprensa, convidou alguns dirigentes da oposição a fazer parte do Conselho de Ministros. Em junho de 1990, todas as organizações políticas e sociais se reuniram para uma Conferência nacional, em que se chegou a um acordo que previa a realização de eleições livres presidenciais. Bongo as venceu, e o seu Partido (PDG) obteve a maioria na Assembléia Nacional.
A nova Constituição, aprovada em 1991, instaurou formalmente o multipartidarismo. As eleições presidenciais de 1993, mais uma vez vencidas por Omar Bongo, foram contestadas pela oposição. No que concerne às relações entre o Estado e a Igreja, é preciso recordar o Acordo entre a Santa Sé e a República do Gabão sobre alguns princípios e disposições jurídicas, relativo às relações e às colaborações, assinado em 12 de dezembro de 1997 e ratificado em 2 de junho de 1999. O Gabão foi o primeiro país da África subsaariana a assinar um Acordo internacional com a Santa Sé. Agora, trabalha-se para um Projeto de Acordo entre a Santa Sé e a República do Gabão sobre o Estatuto de Ensinamento Católico. O Presidente da República contribuiu diretamente para a construção da nova Catedral de Mouila, St. Jean Apôtre. O Gabão goza de uma certa estabilidade interior, a ponto de ser considerado ainda como um pequeno oásis de paz, no atordoado quadro dos países da região da África Central.
Economia: A disponibilidade de recursos preciosos, como o petróleo, madeira e minerais, permitiu preservar intacta a floresta virgem e a sua rica biodiversidade. Até os anos 70, quando o petróleo foi descoberto, a economia do Gabão dependia exclusivamente da madeira e do manganês. Desde então, o setor petrolífero se tornou o principal produto da economia do Gabão, representando hoje 50% do Produto Interno Bruto e 85% das exportações. O subsolo é rico de outros recursos, entre os quais: manganês, urânio, ferro e ouro. Os produtos agrícolas, ao invés, estão presentes em quantidades limitadas: de fato, o Gabão permanece um importador de produtos alimentícios. As principais plantações são: café, cacau, açúcar e palmito.
A história da evangelização. A primeira tentativa de evangelização remonta a 1673, por obra de um capuchinho. Em 1884, o Pe. Bessieux, da Congregação do Espírito Santo, foi enviado a Libreville e, em 1863, foi erigido o Vicariato Apostólico do Gabão; em 1875, foi fundada uma segunda missão em Donguia; em 1878, teve início a evangelização do interior, que se estendeu a Camarões, Guiné espanhola e Congo Médio (atual Congo-Brazzaville); em 1899, houve a primeira ordenação sacerdotal; em 1913, a fundação da missão de Mourindi; em 1955, a instituição da Sagrada Hierarquia (14 de setembro), dependente de Brazzaville (Congo); em 1958, o Gabão se tornou Província Eclesiástica com Sede Metropolitana em Libreville; em 1958, a ereção da Diocese de Mouila; em 1961, a ordenação do primeiro Bispo autóctone, Dom Ndong; em 1969, a ereção da Diocese de Oyem e, em 1974, a de Franceville; em 1982, o Papa João Paulo II realizou uma visita pastoral ao Gabão; em 2003, foi erigida a Diocese de Port-Gentil e constituída a Prefeitura Apostólica de Makokou.
Os dados da Igreja (fonte: Anuário estatístico da Igreja católica 2005): católicos: 759mil; dioceses: 6; paróquias: 74; Bispos: 5; sacerdotes: 65; religiosos sacerdotes 68; religiosos não-sacerdotes: 19; religiosas: 165; catequistas: 1.494. A Igreja administra 28 maternais, com 4.961 alunos; 223 escolas do ensino fundamental, com 62.934 estudantes; 22 escolas do ensino médio, com 12.897 estudantes; 12 dispensários, um leprosário e sete centros para doentes crônicos e inválidos. (L.M.) (Agência Fides 26/10/2007)


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