Kinshasa (Agência Fides) – Os Bispos congoleses participam do diálogo nacional para tirar a República Democrática do Congo da paralisação política, desde que a Constituição seja respeitada. É o que afirma um comunicado, enviado à Agência Fides, assinado por Dom Marcel Utembi Tapa, Arcebispo de Kisangani e Presidente da Conférence Episcopale Nationale du Congo (CENCO).
A mensagem reconhece que o governo fez “gestos encorajadores” com a libertação de “alguns prisioneiros políticos e a reabertura de meios de imprensa”. “A CENCO auspicia ardentemente que estas providências se ampliem a outras pessoas que se encontram nas mesmas condições do que as que foram libertadas”, prossegue a mensagem, sublinhando: “O diálogo que inclui as grandes famílias políticas da oposição daria mais possibilidades ao país de chegar à solução da crise de modo consensual e duradouro”.
Em 10 de agosto, os Bispos se encontraram com o mediador do diálogo, o togolês Edem Kodjo, propondo seu apoio ao grupo de facilitadores do diálogo político nacional, para resolver o impasse constatado no início do diálogo. A conversa se interrompeu em dois quesitos-chave: a personalidade do facilitador, recusado pelo Grupo da oposição, mas aceito pela maioria, e as medidas para a normalização do clima político (libertação de prisioneiros políticos, cessação de procedimentos judiciários contra membros da oposição, como Moïse Katumbi, e reabertura dos meios de imprensa fechados por ordem do governo).
Os Bispos católicos se comprometeram em levar à mesa das negociações os maiores expoentes da oposição, de Etienne Tshisekedi aos grupos reunidos sob a sigla “Le Rassemblement”, mas Kodjo iniciou o diálogo sem aguardar o êxito das negociações, suscitando assim as reações negativas da Igreja (veja Fides 2/9/2016). (L.M.) (Agência Fides 7/9/2016)