Kinshasa (Agência Fides) - “Pode-se constatar que o diálogo não é suficientemente inclusivo”. Esta frase de Jean-Michel Dumond, representante da União Europeia na República Democrática do Congo, expressa o cepticismo com que os parceiros internacionais da RDC saudaram a abertura do diálogo nacional para tirar o país da paralisação politica, sem a participação dos maiores representantes da oposição.
“Evidentemente, se os maiores partidos da oposição não estão presentes, reduz-se a credibilidade do diálogo”, destacou Dumond.
A aceleração do início do diálogo por parte do mediador, o diplomata togolês Edem Kodjo, suscitou também perplexidade nos Bispos católicos, que se comprometeram em levar à mesa de negociações os maiores expoentes da oposição, de Etienne Tshisekede aos grupos reunidos sob a sigla “As Rassemblement”.
“Havia sido pedido mais tempo, non posso esconder que ficamos irritados”, comentou Dom Luis Mariano Montemayor, Núncio Apostólico na RDC, durante uma visita a Beni, fazendo-se intérprete da desilusão dos Bispos locais.
A RDC deveria ir às urnas até o fim do ano para eleger o novo Presidente, mas a data das eleições ainda não foi marcada e é quase impossível respeitar o ditado constitucional que prevê a realização das eleições até o fim do ano. A paralisação das negociações entre a maioria e a oposição, para resolver a questão está criando fortes tensões no país. (L.M.) (Agência Fides 2/9/2016)