Juba (Agência Fides) - "São ações odiosas e crimes indizíveis". Assim, Dom Erkolano Lodu Tombe, Bispo de Yei, no Sudão do Sul, condenou a onda de assassinatos contra os habitantes da cidade e áreas limítrofes, perpetrados por grupos mistos de militares e civis, segundo o testemunho de sobreviventes dos ataques. A declaração de Dom Ludu segue após o massacre de três pessoas da mesma família cujos corpos foram jogados no Rio Yei. De acordo com as autoridades, outro membro da família ainda está desaparecido. O bispo sublinhou que os massacres estão incitando a população a procurar refúgio nos países vizinhos, particularmente em Uganda.
Yei tinha permanecido relativamente pacífica durante os dois anos (2013-2015) de guerra civil entre a facção liderada pelo presidente Salva Kiir e o ex-vice-presidente Riek Machar. Após os recentes confrontos na capital Juba, que estão minando seriamente o processo de paz (veja Fides 15/7/2016), Yei, que sempre esteve sob o controle das forças governamentais, viu uma onda de ataques cometidos por esquadrões da morte que atacam usando armas brancas (facões) e armas de fogo.
De acordo com os testemunhos dos habitantes, a cada noite há assaltos mortais nas casas.
As zonas rurais perto de Yei e de outras localidades vizinhas tornaram-se bases para os rebeldes leais a Machar, e de acordo com algumas pessoas a onda de ataques mortais contra a população civil é uma retaliação aos ataques cometidos pelos rebeldes contra os soldados do governo. (L.M.) (Agência Fides 30/8/2016)