ÁFRICA/REPÚBLICA DA ÁFRICA CENTRAL - RETORNO LENTO A NORMALIDADE: OS MISSIONÁRIOS VOLTAM ÀS MISSÕES SAQUEADAS E DESTRUÍDAS.

Quinta, 8 Maio 2003

Bangui (Agência Fides) – “A situação aqui no Bangui se estabilizou”, afirmou à Agência Fides um missionário comboniano da capital da República da África Central, que por motivos de segurança prefere o anonimato. “Depois da tomada de posse do General François Bozizé, os saques cessaram e reina um mínimo de ordem e segurança. No entanto, na Província ainda estão presentes algumas dificuldades. Bozizé se auto-proclamou Presidente e imediatamente nomeou os Prefeitos Provinciais, mas a máquina estatal atua com dificuldade, também porque muitas infra-estruturas foram destruídas ou danificadas durante a guerra. A circulação nas estradas deste imenso país foi retomada com uma segurança ainda precária, devido a presença de bandidos, especialmente nas zonas mais isoladas”.
“Os missionários estão voltando às missões, pois foram obrigados a abandoná-las durante a fase mais intensa dos combates – afirma o missionário comboniano – mas restam enormes dificuldades a serem afrontadas, pois diversas missões foram completamente saqueadas e destruídas. Estamos todos incentivados com o apelo feito pelos Bispos da África Central, a fim de se retome o trabalho o quanto antes. Os Bispos afirmam que o trabalho missionário é indispensável para a comunidade cristã local e apóiam totalmente os esforços que as várias Congregações Missionárias estão fazendo no país”.
No plano político, o Presidente Bozizé está negociando a retirada das forças que o ajudaram a tomar o poder, enquanto que no país se estendem as tropas de paz dos países membros da Comunidade Econômica e Monetária dos Estados da África Ocidental (CEMAC).
“Bozizé também está negociando com a França para o envio de um contingente de 2000-3000 homens – afirmam as fontes locais da Agência Fides – Paris, que até 1998 tinha uma importante guarnição no país, poderia sentir-se incentivada a reentrar com força na África Central, para controlar os jazigos de petróleo presentes nos confins com Ciad, um dos postos em jogo deste conflito”.
A crise na África Central iniciou-se no dia 25 de outubro do ano passado, após o falimento da tentativa de golpe de Estado do Ex-Chefe do Estado Maior, François Bozizé. Após meses de combates, em março deste ano de 2003, Bozizé conseguiu conquistar o poder, mandando ao exílio o então presidente Ange-Félix Patassé, refugiado em Togo. (L.M.) (Agência Fides 07/05/2003 – linhas: 33; palavras: 376).


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