ÁSIA/TERRA SANTA – Procissão de Nossa Senhora do Carmo: orações e cantos após os ataques contra cristãos

Sexta, 9 Maio 2014

Haifa (Agência Fides) - Será realizado na tarde de domingo, 11 de maio, a tradicional procissão em honra a Nossa Senhora do Carmo, popularmente chamada Taalat al-Adra, ascensão da Virgem Maria. Ao longo do trajeto de cerca de dois quilômetros, que vai da paróquia latina em Haifa até o Mosteiro Carmelita Stella Maris, precedidos por equipes de escoteiros de todo o país, os fiéis de todos os ritos caminharão recitando orações e cantando hinos a Nossa Senhora, seguindo o Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal. Mas este ano, o ato público de devoção à Virgem Maria tem uma conotação especial, por causa de ameaças e ataques contra igrejas e figuras cristãs que nas últimas semanas se intensificaram na Galileia.
"No final de abril – recorda à Agência Fides o carmelita Pe. Mikhael Abdo Abdo, OCD, Diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias na Terra Santa e organizador da procissão - houve atos de vandalismo e ameaças contra os cristãos. O Bispo Giacinto Boulos Marcuzzo recebeu uma carta ameaçadora assinada por um rabino da região, em que os cristãos, definidos "idólatras" e "estrangeiros" foram intimados a deixar o país nos primeiros dias de maio, ameaçando derramamento de sangue e violência". Os ataques do final de abril fazem parte da campanha ameaçadora contra cristãos e muçulmanos em andamento desde fevereiro de 2012, obra de franjas extremistas do movimento de colonos judeus. "Na carta – ressalta Pe. Abdo - o rabino especificava que protestantes e anglicanos podem permanecer. Um sinal de que há uma estratégia para dividir os cristãos sobretudo os árabes. É a mesma estratégia que se encontra nas pressões exercidas por ambientes políticos para estender o serviço militar obrigatório aos árabes cristãos presentes em Israel". Os recentes fatos de violência e intimidação estarão no centro de uma coletiva de imprensa organizada em Haifa antes do início da procissão, com a participação do Patriarca Twal. A “subida da Virgem” é um gesto de devoção popular que tem raízes profundas na experiência dos cristãos da Terra Santa. “Durante a Primeira Guerra Mundial – explica a Fides pe. Abdo – os turcos deram aos padres carmelitas três horas de tempo para deixar o mosteiro no Monte Carmelo. Eles foram embora levando consigo somente alguns documentos de arquivo e a imagem de Nossa Senhora. Depois da guerra, em 1919, houve a procissão para devolver a imagem da Virgem ao mosteiro, que foi vivida também como ato de agradecimento. Nos últimos anos, participaram da procissão mais de 20 mil pessoas, inclusive judeus e muçulmanos. No passado, a multidão de devotos era ainda mais numerosa, mas agora os bloqueios e os limites impostos à liberdade de circulação tornam impossível a participação dos que saem do Líbano e dos territórios palestinos”. (GV) (Agência Fides 9/5/2014).


Compartilhar: