AMÉRICA/BRASIL – As prisões não reeducam e estão em crise: a declaração do Arcebispo do Rio

Quinta, 23 Janeiro 2014

Rio de Janeiro (Agência Fides) – O Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, recentemente nomeado Cardeal pelo Papa Francisco, colocou em discussão o sistema carcerário brasileiro, evidenciando que as prisões do país “não reeducam” os detentos. Segundo a nota enviada à Agência Fides, o Arcebispo encontrou a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, no palácio presidencial, em Brasília, em 21 de janeiro, e nesta circunstância manifestou a sua preocupação pelas prisões do Brasil, que atravessam uma forte situação crise. “Por mais que haja novos presídios, novas tentativas, ainda não conseguimos resolver como fazer com que as pessoas sejam reeducadas, tenham uma maneira nova de convivência, que possam voltar para a sociedade”, disse o Arcebispo.
As suas palavras foram amplamente divulgadas pela imprensa, pois a situação nas penitenciárias brasileiras chamou a atenção das organizações internacionais depois das violências do ano passado ocorridas nas prisões do Estado do Maranhão, onde 62 pessoas morreram no decorrer do ano de 2013. Em 2014, o complexo penitenciário de Pedrinhas, um dos mais violentos do país, sempre no Estado do Maranhão, já registrou três mortes, sendo a última em 21 de janeiro. A realidade de Pedrinhas reflete a situação do sistema carcerário brasileiro. Segundo um estudo oficial recente, publicado pela imprensa local, as prisões do Brasil podem acolher 306.497 detentos, mas no final de 2011 os presos eram 514.582. O ministro da Justiça anunciou a construção de novos presídios, com a finalidade de alcançar 62.000 novos lugares antes do fim de 2014, mesmo que esta medida não cobrirá o atual déficit de 208.000 lugares. (CE) (Agência Fides, 23/01/2014)


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