Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Bangui (Agência Fides) – A Agência Fides recebeu novos e dramáticos testemunhos da República Centro-africana, abalada pelos combates entre os ex-rebeldes Seleka e os grupos de autodefesa “anti-Balaka”, enquanto as tropas francesas e da União Africana estão se posicionando para garantir uma segurança mínima. “Todo o país está terrorizado”, informa à Caritas Internationalis pe. Anicet Assingambi, da paróquia São Carlos de Lwanga, norte de Bangui, a capital. Dezenas de milhares de pessoas procuram abrigo nas igrejas em Bangui e em todo o país. “Cerca de 5 mil pessoas estão alojadas em paróquias. Uma mulher me contou ter visto seu irmão atingido por uma fuzilada. Atira-se em todo homem que sai às ruas. Tem um homem morto na rua, aqui fora da paróquia, mas é ainda perigoso demais sair para remover o corpo”, diz pe. Assingambi.
“Não temos nada para dar a estas pessoas”- diz pe. Assingambi. “Suas casas foram saqueadas, eles choram seus mortos. As crianças choravam quando chegaram à igreja. Cantamos hinos e orações para tentar acalmá-los. Nunca vimos nada tão cruel. Confiamos em Deus, rezem por nós”. O comunicado enviado à Agência Fides afirma que neste momento é impossível para os agentes da Caritas chegar às pessoas em estado de necessidade. Em Bossangoa, norte do país, a Caritas teme pela segurança de cerca de 40.000 pessoas acampadas nas redondezas da missão católica e de outras 1.600 refugiadas em uma escola. Ontem, 6 de dezembro, uma rajada atingiu a missão, mas não provocou vítimas. A Igreja centro-africana lançou um apelo para o cessar-fogo imediato e para que seja permitida a passagem de ajudas humanitárias e socorros imediatos. (L.M.) (Agência Fides 7/12/2013)
