ÁSIA/PAQUISTÃO – O Paquistão de Sharif freia o carnífice

Quinta, 29 Agosto 2013

Islamabad (Agência Fides) – O governo paquistanês guiado por Nawaz Sharif, expoente da “Pakistan Muslim League –N”, suspendeu oficialmente 468 execuções capitais, confirmando a moratória que vige no país há cinco anos. A questão da “pena de morte” está há algumas semanas novamente no centro do debate público. No início de agosto, o governo tinha prospectado uma retomada das execuções, gerando críticas de Ongs, como “Amnesty Inernational” e “Human rights watch”, mas também dentro da nação.
De acordo com o que foi referido à Agência Fides, a decisão do governo é fruto das pressões das organizações para os direitos humanos e da comunidade internacional. Em especial, para a União Europeia, a retomada das execuções teria como consequência o cancelamento do Paquistão da lista de nações que têm “linha preferencial” nos intercâmbios comerciais com a UE, como declarou Ana Gomes, à frente da subcomissão do Parlamento Europeu para os direitos humanos. Analistas e especialistas no Paquistão julgam a medida do governo como “ato de pragmatismo político”, para que o país não “perca uma porta de acesso nos mercados europeus”. Com referido a Fides, inúmeros expoentes da sociedade civil e das Igrejas no Paquistão acolheram favoravelmente a decisão do governo, porque “tutela os direitos humanos e o valor da vida, inclusive para os detentos reconhecidos culpados”.
São 468 os detentos já condenados à morte por tribunais civis ou militares, à espera de execuções já dispostas, muitos por “terrorismo”. No total, são cerca oito mil detentos que tentaram todas as apelações e se encontram no corredor da morte em várias prisões paquistanesas. Segundo o Código Penal paquistanês, 27 crimes, entre os quais o de “blasfêmia”, são puníveis com a pena capital. Entre os detentos, está também a cristã Asia Bibi, condenada à morte por blasfêmia por um tribunal de primeira instância em 2010 e à espera de uma apelação. (PA) (Agência Fides 29/8/2013)


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